José Carlos Barros é o vencedor do Prémio Leya 2021

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O romance de José Carlos Barros é “uma viagem por vários tempos da história recente de Portugal desde a década de 40 do século XX narrado a partir de uma personagem ambígua, Xavier, que age como se tivesse um dom ou como se precisasse de acreditar que tivesse um dom”, descreveu o júri. “De salientar o trabalho de linguagem, o domínio de uma oralidade telúrica a contastrar com a riqueza de vocabulário e de referências histórico-sociais.”

José Carlos Barros, nascido em Boticas em 1963, é licenciado em arquitetura paisagística pela Universidade de Évora e vive em Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, desde os anos 80. Foi diretor do Parque Natural da Ria Formosa.

Já tinha sido finalista do Prémio Leya em 2012 e publicou pelo mesmo grupo editorial o romance “Um Amigo Para o Inverno” (2013). Antes tinha assinado “O Prazer e o Tédio”, além de várias obras de poesia, área em que primeiramente se destacou. “Uma Abstração Inútil”, “O Uso dos Venenos” e “Penélope Escreve a Ulisses” são alguns exemplos da sua obra poética.

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A última vez que o prémio tinha tido destinatário foi em 2018, quando o júri optou pelo romance “Torto Arado”, do brasileiro Itamar Vieira Junior. Em 2019 não foi anunciado qualquer vencedor porque “as obras concorrentes não correspondem aos parâmetros de qualidade literária exigidos”, decidiu o júri “por unanimidade”. O mesmo sucedera em 2010 e 2016.

Em 2020 o Prémio Leya foi interrompido, devido à pandemia. E em janeiro os organizadores fizeram saber Prémio Leya voltaria em 2021 mas com um valor pecuniário de 50 mil euros, ou seja, metade do atribuído em edições anteriores.A decisão deste ano foi tomada por unanimidade e o autor foi informado por telefone por Manuel Alegre pouco antes da divulgação à imprensa. O júri foi composto por Ana Paula Tavares (escritora e poetisa angolana), Isabel Lucas (jornalista e crítica portuguesa), José Carlos Seabra Pereira (professor de literatura portuguesa), Lourenço do Rosário (professor de letras em Moçambique), Nuno Júdice (poeta e escritor português) e Paulo Werneck (editor, jornalista e tradutor brasileiro), além do poeta e escritor português Manuel Alegre, que presidiu.

Os jurados reuniram-se na tarde de segunda-feira e também terça de manhã, informou o grupo editorial. Analisaram 802 originais a concurso, provenientes de 20 países. A saber: Alemanha, Angola, Áustria, Brasil, Bulgária, Cabo Verde, Canadá, Equador, França, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Luxemburgo, Moçambique, Polónia, Portugal, Rússia, EUA e Vietname. Os originais remetidos no ano passado “foram considerados para a presente edição”, segundo a Leya.

De acordo com o regulamento, o Prémio Leya “tem por objetivo incentivar a produção de obras originais de escritores de língua portuguesa e destina-se a galardoar uma obra inédita de ficção literária, na área do romance, que não tenha sido apresentada em nenhum outro concurso com decisão pendente”.

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