O objetivo é aproveitar as refeições que são deitadas ao lixo pelos restaurantes e hotéis da região, redistribuindo-as para as pessoas que passam fome
A União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro pretende aderir ao movimento Zero Desperdício, naquela que pretende ser mais uma ferramenta de cariz social no apoio às famílias mais desfavorecidas. Nesse sentido, o executivo da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro deslocou-se, no passado dia 27 de maio, à Câmara de Lisboa para reunir com o comandante António Costa Pereira, presidente da Associação ‘Dariacordar’, e com a vereadora Graça Fonseca, para obter mais informação sobre a atuação do movimento Zero Desperdício e aplicabilidade do modelo na freguesia.
O movimento Zero Desperdício tem como objetivo pôr fim ao desperdício alimentar, aproveitando milhares de refeições que são deitadas no lixo por hotéis, empresas, restaurantes e que podem ser recuperadas e distribuídas, em condições controladas de segurança e higiene alimentar, a quem mais necessita. Em Portugal, um estudo de 2012 aponta para acerca de um milhão de toneladas de comida perdida por ano, sendo que 60% deste desperdício ocorre na fase da distribuição e consumo final.
Este movimento foi implementado com sucesso em Loures e Lisboa em 2012, na sequência de protocolos assinados entre uma IPSS e uma junta de freguesia com a associação ‘DariAcordar’, e atualmente já se encontra implementado em quatro concelhos do país, sendo que as juntas de freguesias têm sido parceiros preponderantes para o sucesso do movimento.
Refira-se ainda que, segundo dados da Zero Desperdício, em Portugal 360 mil pessoas passam fome, diariamente 50 mil refeições acabam no lixo e 20 por cento do nosso lixo é comida. São estes números que este movimento pretende contrariar.
“O nosso projeto de ação social já contemplava a realização de parcerias com padarias e pastelarias locais para a recuperação de pão e bolos para posterior distribuição. Quando tivemos conhecimento do Movimento Zero Desperdício percebemos que poderíamos ir mais além e quisemos aprender com quem melhor sabe”, salienta Joaquim João, presidente da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro.
NC/JA
