Laranjas e abacates à beira da Ria Formosa: Há guerra no pomar

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É o terreno da discórdia, no extremo leste da Ria Formosa. Uma parcela de 15 hectares de uma propriedade de 24 cuja vegetação – alfarrobeiras, canavial e mato – foi arrasada para ali se construir um pomar de citrinos e abacates. Uma pequena parte da intervenção foi alvo de embargo por parte das autoridades ambientais, e corre um processo de contraordenação que pode chegar aos 200 mil euros. Mas na parte maior prosseguem os trabalhos, embora ainda se aguarde uma autorização definitiva. A guerra estalou entre os ambientalistas e a empresa agrícola, que garante estar tudo legal e ser a plantação inócua para o ambiente. O ICNF também garante que – à parte a parcela embargada – os inquilinos do terreno estão a fazer tudo a preceito. A Quercus contesta

O conflito em torno da utilização de 15 hectares de terreno à beira da Ria Formosa, entre Manta Rota e Cacela, está a transformar-se numa guerra já pouco surda entre ambientalistas e os inquilinos do terreno, a empresa frutícola Frusoal, que detém a exploração e usufruto da parcela.

Em causa estão as intenções da empresa em dali fazer um pomar de citrinos e abacates, em proporções ainda desconhecidas. Para o efeito, nos últimos meses o terreno tem vindo a ser limpo: foram derrubadas as cerca de 200 alfarrobeiras que lá havia e limpo o muito canavial e plantas de pistachio.

Neste momento, o terreno não tem qualquer vegetação e está já a receber as primeiras tubagens para as futuras regas de citrinos e abacates, o que está a ser encarado e denunciado pelos ecologistas como “um abuso”, face a um embargo que as obras mereceram por parte do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), no início de abril.

“Agora, mesmo tendo sido levantado esse auto, porque não havia autorização para fazer aquilo, os trabalhos continuam. Estão a instalar tubos para a rega. Desconhecemos se houve comunicação prévia. Se houve, como é possível estarem a autorizar, se não houve, eles estão a infringir a lei… As obras não podiam continuar se houve embargo. O terreno está careca!”, proclama, revoltada, em declarações ao JA, a delegada no Algarve da Quercus, Cláudia Sil, que também dirige o movimento ecologista “Regenerarte”.

João Prudêncio

(leia a notícia completa no Jornal do Algarve de 24 de junho de 2021)

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