O Jornal do Algarve entrou na minha vida quando eu era jovem estudante universitária. Numa das cadeiras do curso de Comunicação Social da Universidade Nova, tínhamos de escrever uma reportagem e eu escolhi como tema os jornais regionais. Para isso, tive de entrevistar os diretores da maioria dos jornais que então existiam (nos anos 80 do século passado, ainda havia muitos!), espalhados pelo Algarve todo.
Foi assim que cheguei à fala com o Fernando Reis, então jovem diretor do Jornal do Algarve, com o qual a entrevista foi feita por telefone… porque Vila Real de Santo António era longe de Lagoa, onde eu morava.
Mais tarde, já a iniciar-me como jornalista profissional, o Fernando teve a amabilidade de me convidar para colaborar com o JA, uma vez que queria dar notícias também do Barlavento, fazendo jus ao nome de Jornal do Algarve, de todo o Algarve.
Ao longo dos anos, habituei-me a ver o JA como um resistente, um órgão de comunicação que tem resistido a crises, à mudança dos hábitos de leitura das pessoas, sempre tentando manter o seu rumo de jornal de toda uma região, falando dos projetos, das dificuldades, das esperanças e das irritações dos algarvios.
Agora que, desde há pouco mais de dez anos, também me lancei na aventura de criar um jornal, sei que manter um órgão de comunicação social não é tarefa fácil, antes exige uma luta diária, constante criatividade e imaginação para ir dando a volta às dificuldades.
Por isso, tendo em conta a longevidade do Jornal do Algarve, e o recente golpe que sofreu, considero que a palavra que mais se lhe adequa é Resiliência.
A terminar, em meu nome pessoal e da equipa do Sul Informação, faço votos para que o Jornal do Algarve e todos quantos nele trabalham possam continuar a informar-nos por muitos e longos anos.
Elisabete Rodrigues
*Jornalista e diretora do Sul Informação