O município algarvio estimou o investimento neste projeto em 1,5 milhões de euros e considerou que o projeto vai permitir “eliminar e despoluir a Ribeira do Cadoiço, na cidade de Loulé, desativando o emissário de esgoto doméstico instalado no interior do aqueduto que atravessa Loulé no sentido norte-sul”.
Os trabalhos previstos incluem a “construção de um coletor de grande dimensão” que começará em frente ao Tribunal Administrativo de Loulé e percorrerá várias outras ruas da localidade, assim como a execução de “um troço de coletor doméstico com as mesmas características”, precisou a autarquia.
Será também feita a “reparação e substituição das infraestruturas existentes ao longo do todo o percurso, sempre que necessário”, lê-se numa nota daquele município.
“Estamos desta forma a dar resposta à preocupação da população relativamente a uma situação que tem afetado os residentes e toda a qualidade ambiental desta área. É um investimento significativo, mas de grande importância para toda a cidade de Loulé”, justificou o presidente da autarquia, Vítor Aleixo, citado na nota.
A ribeira do Cadoiço foi alvo de um processo de renaturalização tendo em vista a criação de um parque urbano e agrícola na região e um futuro corredor verde entre Loulé e Quarteira, num projeto liderado pela Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve – Almargem, apoiado pela Câmara de Loulé e financiado pelo Fundo Ambiental.
A renaturalização permitiu retirar espécies invasoras, plantar vegetação autóctone, instalar abrigos para aves, insetos e morcegos e estabilizar as margens da ribeira através da chamada engenharia natural.
A intervenção abrangeu 800 metros do percurso da ribeira, retirando 40 toneladas de espécies de plantas invasoras e tendo sido plantadas 100 árvores e arbustos nativos. Foram também colocados 13 abrigos para morcegos, 30 caixas-ninho para aves e quatro hotéis para insetos.
A ribeira atravessa uma zona historicamente agrícola que durante muitos anos serviu de fonte de abastecimento da cidade de Loulé e a sua renaturalização é vista pelo município como o primeiro passo para a reconciliação das duas áreas, com a criação do Parque Urbano e Agrícola de Loulé.