LUÍS SANTOS

LP
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Colaboradora. Designer.

 Os jornalistas desportivos merecem mais respeito

 

É hábito dizer-se que a paciência tem limites. A minha, em relação ao comportamento de alguns dirigentes desportivos, terminou no sábado, dia 19. E também falo por causa própria, pois também sou dirigente desportivo e, na minha relação com os meus colegas de imprensa, sempre lhes procurei dar a melhor informação do meu clube, já que só assim pode haver uma informação correcta. Mas o mesmo, infelizmente, não tem vindo a acontecer em muitos dos jogos de futebol dos campeonatos distritais do Algarve da 1.ª e 2.ª divisões, onde, sistematicamente (e não sei qual a razão), os dirigentes nos continuam a fornecer dados completamente errados da constituição das suas equipas, privando-nos de oferecer aos ouvintes (no caso das rádios) e aos leitores (no caso dos jornais) uma informação correcta daquilo que se passa no jogo.


E a paciência esgotou-se no referido sábado, em S. Brás de Alportel, onde me desloquei para acompanhar, para a Rádio Gilão, o jogo entre o Sambrazense e o Santaluziense. Chegado ao Campo Sousa Uva, desloquei-me aos balneários, onde solicitei a constituição das equipas (somente a equipa de arbitragem a tinha colocado correctamente na porta). Aí, o responsável do Sambrazense foi rápido a aceder ao meu pedido colocando a constituição da sua equipa na porta. Porém, assim que começou o jogo, rapidamente verifiquei que nada batia certo (duas ou três excepções) na equipa da casa. Com o conhecimento que tenho de alguns jogadores, rapidamente verifiquei que iria ser um calvário fazer o relato do jogo, pois além de estarem em campo jogadores que na listagem estavam a suplentes, havia números trocados e alguns que nem na listagem constavam.


Em conversa com o pai de um dos jogadores do Sambrazense, lá consegui alinhavar e acertar o nome com o número da camisola de alguns jogadores. Mas foi sol de pouca dura, pois ao intervalo o Sambrazense fez uma substituição, entrando um jogador que nem sequer constava na lista.


Com toda esta trapalhada, não poderia deixar de, aos microfones da Rádio Gilão, lamentar e recriminar aquilo que estava a acontecer. Os dirigentes da equipa da casa não gostaram, tal como não gostaram dos meus comentários sobre o jogo, quando afirmei que, num mau jogo de futebol, a vitória da equipa da casa era mais demérito do adversário do que mérito da equipa vencedora. Foi o que vi e, porque ainda existe liberdade de expressão, foi o que transmiti aos meus ouvintes.


Após terminar os comentários, fui  abordado por um senhor que, indelicadamente, convidou-me a ir ver a constituição do Sambrazense, dando a entender que afinal quem tinha cometido a gafe tinha sido eu. ”Senhor dirigente, como humano admito que até poderia errar um nome ou número. Mas tantos!!!!! Não brinque comigo, porque não tenho idade para brincadeiras e brincar só com o meu neto”. Com isto, este senhor criou um ambiente hostil à minha pessoa, perante alguns mal educados adeptos da equipa da casa. Foi assim que cheguei à minha viatura com meia dúzia de arruaceiros atrás, com os nomes mais impróprios que podem existir.


Lamento mais uma vez atitudes destas, para com quem a cada fim de semana, faça chuva ou faça sol, dá o melhor de si para divulgar o futebol distrital e o que recebe em troca é ser gozado e humilhado. Nunca, até hoje, tinha tido qualquer problema em São Brás (sempre vi ali excelentes dirigentes, que respeitei e me respeitaram) ou noutro campo qualquer. Por isso, ainda agora me interrogo do porquê daquela baralhada.
Com atitudes destas, estas pessoas têm mais a perder do que a ganhar. Pois se muitas vezes se lamentam da pouca divulgação dos seus jogos, quando o queremos fazer  brincam com a nossa dignidade. Por a minha parte, chegou a altura de dizer basta. Tal como o disse no sábado em directo, a minha voz irá calar-se ao nível do futebol distrital e, se calhar, outros poderão vir a fazer o mesmo. Eu, de certeza que nada perderei (vou ganhar tempo para a minha família), pois fazia e sempre fiz rádio pelo gosto e prazer de fazer, sem nada receber. Mas outros perderão, pois o nome das suas equipas e o seu trabalho deixará de ter visibilidade e divulgação.

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