“Lula na cadeia”, gritaram os brasileiros

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Centenas de milhares de brasileiros saíram este domingo às ruas em protesto contra o Governo de Dilma Rousseff. Os protestos, marcados desde janeiro, estenderam-se a 26 cidades. Cerca de 450 mil pessoas estiveram presentes nas manifestações em São Paulo, segundo o jornal brasileiro “Folha de São Paulo”, que apresenta ainda outros números: em Curitiba, reuniram-se 160 mil pessoas, em Fortaleza foram 150 mil e na cidade do Recife, 120 mil.

A agitação social no Brasil está longe de ter fim. À profunda recessão económica em que o país está mergulhado, agravada por níveis históricos de desemprego e inflação, veio juntar-se recentemente o escândalo em torno do ex-Presidente Lula da Silva, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, batizada de Aletheia, que investiga desde março de 2014 um intrincado esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. “Lula na cadeia” era, aliás, uma das frases que mais se ouvia este domingo nas ruas do Brasil, a par com as vozes que apelavam à destituição de Dilma e que homenageavam Sérgio Moro, o juiz que no último ano e meio tem exposto a complexa teia de corrupção política. “Je suis Moro”, lia-se em várias t-shirts. “Viva o Sérgio Moro!”, gritavam alguns manifestantes, enquanto outros carregavam em mãos cartazes com a célebre, embora ali adaptada, mensagem – “Somos todos Sérgio Moro”.

No Rio de Janeiro, os organizadores estimam que mais de um milhão de pessoas tenham participado nos protestos, mas os números não foram ainda confirmados pelas autoridades brasileiras. Paulo Rodriguez, um empresário de 53 anos que participava nos protestos acompanhado pela mulher e pela filha, referiu que a sua grande preocupação – e a principal razão por que se encontrava ali, numa das ruas da cidade – é a economia do país. A sua empresa tem registado quebras de 30 a 40% em relação ao ano passado. “Se Dilma for embora, a moeda vai tornar-se mais forte, a confiança vai aumentar e as pessoas vão voltar a consumir”.

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Nas cidades do interior do Brasil foram contabilizados, no total, 400 mil manifestantes, sendo que as maiores manifestações verificaram-se em Ribeirão Preto e Campinas, onde cerca de 100 mil pessoas protestaram em cada uma das cidades, segundo o “Folha de São Paulo”, que cita a Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Helena Bento (Rede Expresso)

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