Mãe recorre ao Facebook para tentar salvar filha com leucemia

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Maria tem 9 anos e tem também leucemia. Os pais estão, naturalmente, desesperados. Numa tentativa de salvar a filha, a mãe criou uma conta no Facebook, onde apela à doação da medula.
“Preciso que todos os que quiserem, que puderem, sejam dadores de medula”, pode ler-se numa legenda em uma das muitas fotografias de Maria que a mãe, Adelaide, adicionou à sua página.

Tal como tantos entre nós, Adelaide Silva já recebeu inúmeras mensagens de email com apelos à solidariedade, uns verdadeiros, outros falsos. Estes pedidos de ajuda – os verdadeiros, como o de Adelaide, confirmado pelo Expresso – conheceram uma nova dimensão com o Facebook. Foi nisso que esta mãe de Sintra pensou ao transformar a sua conta nesta rede social num pedido de ajuda para salvar a filha, Maria, de 9 anos, com leucemia.

Maria é a filha mais velha de Adelaide, a quem foi diagnosticada uma leucemia linfoblástica aguda de tipo B , na qual, segundo explica a mãe, teria um tratamento com 80% de probabilidades de sucesso. Acontece, porém, que a menina tem uma alteração genética no cromossoma Filadélfia , ou cromossoma 21, que dificulta a entrada da quimioterapia. Assim, o transplante de medula será inevitável.

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Para saber mais como pode ajudar Maria, clique para visitar a página do Facebook de Adelaide Silva ou envie um e-mail para [email protected]

A esperança desta família está agora depositada no Facebook, o que não é de estranhar. já que um estudo realizado pelo Pew Research Center , e publicado a 18 de janeiro, diz que 80% dos utilizadores de Internet participam em ações de voluntariado, número que aumenta quando analisado em utilizadores de redes sociais. Além disso, o estudo prova ainda que o envolvimento dentro desses grupos é superior na Internet.

Doar medula não dói

A informação sobre como se pode ser dador de medula, como é o procedimento e que tipo de riscos se enfrenta ainda é, no geral, um pouco vaga.

Para doar medula tem de se ter entre 18 e 45 anos, um mínimo de 50 quilos, não ser portador de doenças crónicas ou autoimunes, como por exemplo hepatite B ou C, uma patologia cardíaca, diabetes ou anemia crónica, nem ter recebido nenhuma transfusão de sangue desde 1980.

Se se enquadrar e quiser ser dador, preencherá um formulário clínico que será analisado por um médico e, depois de alguns exames que verifiquem as boas condições, os dados serão inseridos na base informática nacional e internacional, cujo anonimato e confidencialidade são garantidos.

Há duas formas de colheita de células para transplantação de medula: através de um processo chamado aférese, que é a colheita de sangue, geralmente a partir de uma veia do braço, em que o dador toma previamente um medicamento que vai fazer aumentar a produção e circulação de células progenitoras no sangue (sendo este o mais comum), ou com a colheita de células progenitoras, colhidas do interior dos ossos pélvicos, que já requer, normalmente, anestesia geral e um breve período de hospitalização.

O diretor do Centro de Histocompatibilidade do Sul e da CEDACE (centro nacional de dadores de células de medula óssea, estaminais ou sangue do cordão), Helder Trindade, garante que “nenhum dos processos é doloroso nem causa efeitos secundários adversos graves ao dador”.

Leonor Veiga
JA/Rede Expresso
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