Mais de 50 pessoas manifestam-se contra destruição das Alagoas Brancas

Este movimento considera que “a Câmara deve ser questionada pelas suas responsabilidades”

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Mais de meia centena de pessoas manifestaram-se na segunda-feira, dia 7 de novembro, junto às Alagoas Brancas, em Lagoa, contra a sua destruição para a posterior construção de loteamentos, anunciou o movimento de eco cidadania Tavira em Transição.

Os manifestantes, “de sua grande maioria apartidários”, marcharam desde o local “onde os animais estão a ser enterrados vivos” e a lagoa de água doce que “está a ser terraplanada e drenada”, dirigindo-se posteriormente até à Câmara Municipal.

“As Alagoas Brancas são um importantíssimo ecossistema, uma zona húmida de água doce, sumidouro de carbono que presta serviços em toda a cadeia do ecossistema e que é a última com estas características existente na região do Algarve. As Alagoas Brancas são uma área de mitigação das alterações climáticas que desempenha um papel fundamental de filtração das águas e de regulação hídrica e climática”, refere o movimento em comunicado.

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Este movimento acrescenta ainda que “as Alagoas Brancas são um berço da biodiversidade que contém mais de 300 espécies de fauna e flora e alberga 143 espécies de avifauna que ali se alimentam e descansam das grandes viagens migratórias e intercontinentais”.

No entanto, apesar de relatórios, do estudo da associação Almargem e uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Loulé, “as Alagoas Brancas, por falta de vontade e estratégia de várias entidades mas sobretudo da Câmara Municipal de Lagoa, permaneceram até aos dias de hoje desprotegidas e neste preciso momento estão a ser destruídas”.

“A Câmara de Lagoa é grande responsável pela não qualificação e proteção da zona húmida das Alagoas Brancas, por ter ignorado estudos científicos e por não ter usado de forma profícua os instrumentos de ordenamento que estavam ao seu alcance, mesmo quando cidadãos de todo o mundo participaram a sua preocupação fundamentada sobre tão valiosa e estratégica área natural, inclusive durante a mais recente consulta pública de revisão do Plano Director Municipal”, acusa o movimento.

Este movimento considera que “a Câmara deve ser questionada pelas suas responsabilidades”, tal como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, a Agência Portuguesa do Ambiente e outras entidades competentes “também devem ser questionadas e interpeladas a atuar sobre as suas responsabilidades e com carácter de urgência”.

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