Médicos falam em “medicina de catástrofe” nos últimos dias do ano

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A Federação Nacional do Médicos (FNAM) veio denunciar esta quarta-feira, dia 27 de dezembro, que os médicos estão a trabalhar em modo de “medicina de catástrofe” nos últimos dias do ano.

“O encerramento e condicionamento de quase metade dos Serviços de Urgência (SU) de norte a sul do país, foi algo que se tornou trivial neste Ministério da Saúde liderado por Manuel Pizarro, que não teve a competência de conseguir atrair e fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), num ano em que o número de médicos reformados atingiu o pico de 822”, começa a nota da FNAM enviada às redações.

“Os médicos estão sobrecarregados, sem condições adequadas ao exercício das suas funções e a praticar ‘medicina de catástrofe’ em vários SU onde um volume excessivo de doentes dá entrada na última semana do ano”, denuncia a nota.

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“As insuficiências multiplicaram-se durante o Natal, e teme-se o pior para os últimos dias do ano, onde os períodos após as celebrações são tradicionalmente mais exigentes para os SU. A falta de médicos no SNS continua a falar mais alto do que o ilusionismo do Ministério de Manuel Pizarro, que insiste em anunciar o regresso de uma normalidade que só existe no seu imaginário”, lê-se.

A FNAM destaca, a sul, no Algarve, que “há alguns SU a alternar entre os hospitais de Faro e de Portimão, sem capacidade de assegurar o funcionamento em simultâneo. É o caso da Pediatria, da Ginecologia-Obstetrícia, da Gastrenterologia e, mais recentemente, da Urologia”, detalha.

A Federação está a disponibilizar aos médicos uma declaração de declinação de responsabilidade funcional com o objetivo “de rejeitar toda e qualquer responsabilidade decorrente da prática de atos médicos, sempre que estejam perante condições inadequadas ao exercício das suas funções, circunstancialismo que, de forma isolada ou conjuntamente, condiciona, objetivamente, a garantia do cumprimento das leges artis, considerando os serviços médicos a prestar aos doentes”, sublinha.

Por fim, a FNAM mantém “a defesa das condições laborais dos médicos, como garante do SNS” e desafia o próximo Governo “a ter a sensatez de assumir uma negociação séria e competente, para um acordo que garanta salários justos e condições de trabalho dignas para dotar o SNS de médicos nas várias especialidades” termina.

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