Mendes Bota propõe alargamento de pesquisa sobre a violência contra as mulheres

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O deputado algarvio Mendes Bota foi orador convidado do Comité de Ministros do Conselho da Europa para falar no debate temático sobre a violência contra as mulheres, que decorreu durante a tarde de ontem em Estrasburgo.

Na sua intervenção, Mendes Bota chamou a atenção para os resultados da pesquisa realizada pela Agência para os Direitos Fundamentais nos 28 Estados membros sobre a problemática da violência contra as mulheres, divulgados no passado dia 5 de março em Bruxelas. O estudo incluiu entrevistas a 42 mil mulheres.

“As suas conclusões são aterradoras”, considerou Mendes Bota, revelando de seguida que uma em cada três mulheres (33%) sofreu de agressões físicas ou sexuais, ao longo da vida, que 13 milhões de mulheres continuam a ser agredidas no tempo presente, e que cinco por cento das mulheres declara ter sido violada. O deputado acrescentou que, de acordo com a mesma pesquisa, 20 por cento das mulheres declara ter sido vítima de “stalking”, que 43 por cento das mulheres foi vítima de violência psicológica e que 35 por cento das vítimas foram sexualmente abusadas antes dos 15 anos de idade.

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“A grande maioria das vítimas não apresenta queixa, por vergonha, por receio da dupla vitimização, da humilhação, por medo puro, e por não acreditar na protecção do sistema judicial e policial, o que deita por terra, por defeito, todas as estatísticas conhecidas”, referiu o deputado algarvio.

“E, se isto se passa na União Europeia, imagine-se a situação em certos Estados membros do Conselho da Europa onde a tradição, a cultura e a religião muito contribuem para a desigualdade, a discriminação e a violência de que são vítimas as mulheres”, alertou.

Neste sentido, Mendes Bota propôs que o Conselho da Europa “constitua urgentemente” uma parceria com a ADF, com a União Europeia, e com os Governos que queiram contribuir financeiramente, no sentido de alargar esta pesquisa a todos os Estados membros do Conselho da Europa e que não são membros da União Europeia, “com a mesma estrutura, o mesmo método e os mesmos critérios deste estudo que agora foi divulgado”.

“A situação das mulheres europeias é muito pior do que se imaginava até agora. Há que actuar, conhecendo em profundidade o fenómeno da violência contra as mulheres, como base para a implementação de políticas, e divulgando a verdade à população.”, defendeu Mendes Bota.

Refira-se que no debate que se seguiu, usaram da palavra os representantes de 34 Estados membros, o que demonstra o interesse que a temática suscita.

A representante da União Europeia nesta reunião, declarou o apoio daquela instituição à concretização da proposta formulada por Mendes Bota.

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