Uma equipa de mergulhadores comunicou recentemente às autoridades marítimas a possível descoberta dos restos de uma embarcação do século XVII.
Os elementos de um centro de mergulho sediado no porto da Baleeira, em Sagres, estavam acompanhados por Patricio Romero Morales, bombeiro e membro da unidade de resgate subaquático de Huelva, e do arqueólogo Claudio Lozano-Guerra, ambos de nacionalidade espanhola, que habitualmente mergulham nesta área e exploram as grutas do Cabo de são Vicente, quando descobriram o achado.
Durante o mergulho foram encontrados os restos de madeiras de carvalho puro com cavilhas soltas, o que leva o arqueólogo a acreditar que estes restos poderiam pertencer aos restos do naufrágio de Pedro Diaz de Huelva, no ano 1608.
O arqueólogo Claudio Lozano conhece dados de arquivo sobre alguns afundamentos de barcos espanhóis na Baleeira e encontrou referências no arquivo das Índias sobre este navio: “De nome desconhecido, este patacho que se sabe ter pertencido a Pedro Diaz naufragou na praia da Baleeira, perto de Lagos, em 1608. Vinha de Buenos Aires, com escala pelo Brasil e trazia a bordo grande quantidade de metais preciosos, sob a forma de contrabando. Durante anos a fio, saíram das areias da praia vários objetos em ouro. Em 1617 apareceram três barras e em 1625 um outro fragmento”.
Após o achado, os mergulhadores deram conhecimento à delegação marítima de Sagres, especificando as coordenadas, fotos e todos os dados técnicos.
“Os achadores esperam que este achado, uma vez pesquisado pelo IPAR e pelas autoridades competentes em arqueologia, se possa vir a converter em algo importante para Sagres e contribua para o desenvolvimento da investigação, da cultura e para o turismo português”, salientaram os mergulhadores responsáveis pela descoberta.
Esta mesma equipa informou, em 2010, sobre a existência de um barco com dois canhões na mesma zona da Baleeira, tendo oferecido a sua colaboração para seguir as investigações na zona e criar um parque arqueológico subaquático na área de Sagres.
JA
