Metrobus algarvio é protagonista na Semana Europeia da Mobilidade

Loulé, Faro e Olhão vão estar ligadas, em 2029, por um transporte público elétrico

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Durante a Semana Europeia da Mobilidade 2023, no dia 22 de setembro, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e da Comissão Diretiva do Programa Regional Algarve 2030, José Apolinário, apresentou em Faro o projeto do METROBUS 2030. Com 24 paragens previamente definidas (incluindo zonas comerciais, residências e serviços), o veículo elétrico promete ligar as cidades de Loulé, Faro e Olhão “em 15 minutos”.

Como já tinha sido anunciado em março do corrente ano, durante a iniciativa “Governo Mais Próximo”, as cidades Loulé, Faro e Olhão vão estar ligadas, em 2029, por um transporte público elétrico que vem, segundo a CCDR “reforçar a competitividade territorial no eixo Faro – Universidade – Aeroporto – Loulé – Olhão”.

Recentemente, a CCDR do Algarve desenvolveu um estudo sobre o metro ligeiro no eixo Loulé, Faro e Olhão, no qual foram avaliadas cinco variantes de traçado, diferentes opções tecnológicas, estimada a procura do serviço, bem como a redução das emissões de CO2.

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Opções em cima da mesa

Entre as cinco alternativas de traçado consta uma solução tecnológica do tipo ‘tram-train’ (circulação no canal ferroviário e em modo ‘tram’ nos trajetos não servidos por ferrovia), a qual acarreta constrangimento, de acordo com a CCDR, tais como o “preço muito elevado do material circulante” e a “muito difícil coexistência de serviços em ‘tram-train’ e em modo ferroviário”.

No segundo cenário – solução tecnológica de metrobus -, a CCDR assume “a complementaridade com a rede ferroviária no centro de Olhão, Faro (Bom João), Patacão (estação proposta de Faro) e Parque das Cidades (Loulé)”, a necessidade “de atrair novos utilizadores para a ferrovia convencional, por via da melhor articulação entre os modos de transporte e pela utilização de veículos ambientalmente mais eficientes”, assim como “uma oferta de maior qualidade, com horários mais adaptados às necessidades da população e melhores velocidades comerciais”.

Em alternativa, existe um cenário variante (2a) para a solução metrobus que apresenta algumas variantes de traçado do corredor na cidade de Faro, nomeadamente a proposta de aproximação à Estação Ferroviária de Faro e uma variante no acesso à estação de Bom João. Por outro lado, essa proposta equaciona a criação de “um desvio ao centro da cidade de Faro”.

De acordo com a CCDR, “no presente estado de desenvolvimento do estudo estas soluções são encaradas em pé de igualdade, devendo ser analisadas em maior detalhe em fases posteriores do estudo, no sentido de avaliar os méritos e deméritos relativos de cada solução”, destaca.

O Metro do Mondego (Coimbra), Metrobus Boavista (Porto) e as opções de metrobus já implementadas nas cidades francesas de Pau e Metz são, para a CCDR, tecnologias alternativas que podem servir de guias ao projeto algarvio.

Estimativa da procura

Desenvolvidas com base nos dados dos movimentos pendulares da população residente (censos de 2011), novos residentes e na determinação do potencial de geração e captação dos principais polos geradores de viagens (atuais e previstos), estão previstas quase 40 mil viagens diárias.

Operação do serviço

Relativamente à operação do serviço, a CCDR avança um horário de funcionamento entre as 06h30 e a 01h00 e um período de ponta útil de “cinco serviços por hora e sentido”, com intervalos de 12 minutos. Fora dos período de ponta dos dias úteis e aos fins de semana estão previstos “três serviços por hora e sentido”, com intervalos de 20 minutos. Já no período noturno, perspetivam-se “dois serviços por hora e sentido”, com intervalos de meia hora.

Principais polos de paragem

No sentido Loulé-Olhão, passam a estar ligados por uma só linha o Terminal de Loulé, Mercado Municipal de Loulé, a futura residência de estudantes em Loulé, Mar Shopping, Parque das Cidades, Patacão, os polos universitários da Universidade do Algarve (Penha e Gambelas), Aeroporto Gago Coutinho, Montenegro, Fórum Algarve, Hospital de Faro, Mercado Municipal de Faro, Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, um futuro parque temático, a Marina e a Estação de Olhão.  

24 paragens

Custos

Segundo clarificou o presidente da CCDR do Algarve, o metrobus, ou BRT (Bus Rapid Transit), é um veículo elétrico em corredor próprio, com 24 paragens (cenário preliminar), ao longo de 38 quilómetros, servindo cerca de 185 mil residentes nos três concelhos, ou seja, 40% da população algarvia.

“Ao garantir esse corredor, vamos criar condições para um pré metro em carris numa segunda fase. Agora, nós não podemos avançar para um projeto que custaria, no mínimo, 300 milhões de euros […], quando mobilizamos 70 milhões de euros (fundos europeus). Portanto, temos de fazer isto ‘step by step’, passo a passo, barreira a barreira”, sublinhou em março José Apolinário. 

Emissões evitadas

No cenário em que o novo sistema é integralmente operado por veículos elétricos, o total de emissões evitadas anualmente será de 6,34 mil toneladas de CO2.  

A escolha do traçado mais adequado, os estudos de procura e a viabilidade económico-financeira do projeto deverão ser conhecidos até ao primeiro trimestre de 2024, sendo que o metrobus terá de estar concluído até 2029. 

O Metrobus integra o Programa Regional ALGARVE 2030 aprovado em Conselho Regional.

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