Os projectos que o Município de Vila Real de Santo António se propõe promover (Jornal do Algarve 26/08/2010), são-nos apresentados como uma “revolução urbanística” a “maior desde o tempo do Marquês de Pombal”.
Segundo Fidel Castro:
“La revolución (…) es el resultado de la acción consciente y consecuente ajustada a las leyes de la historia de la sociedad humana”.
“(…) una revolución es una gran lucha en la cual todos somos actores; una gran lucha en la cual todos estamos participando (…)”.
“Una revolución es un hecho complejo y difícil, que tiene además la virtud de ser una gran maestra”.
“Revolución (…) significa que el pueblo ha llegado al poder“.
Concordo.
Segundo a referida notícia, a “revolução urbanística” apresentada, será “comandada” por uma empresa mista de capitais públicos da autarquia (49%) e privados (51%).
As propostas que nos são apresentadas são de facto importantes transformações do território.
Ao não se encontrarem devidamente enquadradas por um planeamento integrado e sustentado do território, democraticamente debatido e aprovado, não passam de casuístas e perigosas intervenções urbanísticas, condicionantes do desenvolvimento do concelho, repetindo estafados erros urbanísticos com graves implicações sociais, económicas, culturais e, quem sabe, irreversíveis erros ambientais.
A “alteração estrutural” proposta, exclusivamente virada para o turismo, em alguns dos projectos apresentados vai irreversivelmente inviabilizar a reconversão e modernização de importantes zonas industriais da cidade, tornando-a “refém” dos conhecidos interesses especulativos do imobiliário e do flutuante, dependente e incontrolável mercado turístico.
A implementação de todos os projectos apresentados irá certamente provocar um crescimento da cidade, mas fazer depender economicamente uma cidade de um único factor produtivo (considerando o turismo uma indústria) não é um bom sinal para o desenvolvimento que se anseia para a região.
Alguém disse um dia, “crescimento não significa desenvolvimento, mas o desenvolvimento promove o crescimento.”
Resumindo, as grandes opções de gestão do território passam a ser dirigidas por interesses privados, retirando aos vila-realenses o muito sofrido direito democrático, que gloriosamente conquistou em 25 de Abril de 1974, de decisão sobre o futuro da sua terra, do seu concelho.
Concordo plenamente com a oponião exposta que não precisava de apoio do Fidel.
Afinal para que servr o PDM?
E a democracia serve para quê?, não se ausculta a opinião dos habitantes do concelho?
Martins Coelho