O presidente do PSD acusou esta semana o Governo de tratar a agricultura portuguesa “com desdém”, nos últimos anos, e lançou “um grito de ajuda em nome dos agricultores” para menos burocracia no ministério da tutela.
“(…) É preciso que o Governo deixe de tratar a agricultura portuguesa com o desdém, com o afastamento, com que o tem feito nos últimos anos”, defendeu o presidente social-democrata.
Em declarações aos jornalistas, após reunir-se com agricultores, no âmbito do programa “Sentir Portugal” que arrancou esta semana, Luís Montenegro deu prioridade às questões ligadas à agricultura e às mensagens que ouviu dos ‘homens da terra’.
“Fico muito sensibilizado para aquilo que me vão transmitindo um pouco por todo o país e que também aqui hoje ouvi, relativamente a este sentimento de abandono” evocado pelas pessoas que “vão lutando por se manterem nestes territórios”, por não terem atividades económicas, e que se sentem “desapoiados”, disse.
“O país assiste, infelizmente, ao avolumar dos problemas que a seca tem vindo a trazer, que este ano de resto foram bem evidentes. E, colocando em causa aquilo que são as culturas e a subsistência deste setor, coloca-se também em causa a ocupação do território”, argumentou.
Alegando que tem “vindo a verificar uma ausência completa de estratégia por parte do Ministério da Agricultura”, o líder do PSD aproveitou para lançar “um alerta, um repto, para não dizer mesmo um grito de ajuda em nome dos agricultores portugueses”.
“Para que o ministério deixe de estar tão embrulhado em burocracia, deixe de estar tão preocupado em ofender os agricultores e possa efetivamente trazer ao dia-a-dia de cada um o potenciar da sua atividade, porque nós precisamos de ter um setor agrícola pujante”, defendeu.
A agricultura portuguesa “precisa de ser mais apoiada”, lembrou Montenegro, considerando que o orçamento do estado “é também um veículo” para “canalizar investimento prioritários, muitos deles de baixo valor”, para esse setor.