No passado dia 6 de dezembro, o artista e aluno de Joseph Beuys, Ernst Föll, faleceu na sua terra adotiva, Olhão. Segundo comunicado, sucumbiu às consequências de um cancro aos 74 anos de idade. O funeral realizou-se no dia 9, em Faro. Föll vivia e trabalhava na cidade piscatória algarvia desde 2016.
Ernst Föll foi aluno de Joseph Beuys na Academia de Arte de Düsseldorf, na Alemanha, entre 1970 e 1974. Nos anos que se seguiram, trabalhou como professor de arte, arquiteto e designer. As obras de Föll tornaram-se conhecidas de um vasto público em várias exposições coletivas em Paris, Nova Iorque, Frankfurt/M., Bielefeld e Paderborn.
Desde 2016 que Föll vivia e trabalhava com a artista Nada Mandelbaum em Olhão. Os anos em Portugal foram “dos mais produtivos” para o artista, lê-se na nota. Durante este período, foram criadas cerca de 200 obras. O seu último grande ciclo “Splintered Pieces” também foi criado em Olhão. As cerca de 60 obras caracterizam-se por um estilo predominantemente geométrico, que é determinado pelo processo de produção de corte e junção.
Sob a citação “Se o coração pudesse pensar, ficaria parado” do “Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa, Nada Mandelbaum e Ernst Föll mostraram fotografias e trabalhos em papel (2019) contra o impressionante cenário da Vila Romana Milreu, perto de Estoi. Em 2020, Ernst Föll teve uma exposição intitulada “Um Diálogo Interdisciplinar” no Museu Municipal de Faro. No ano Beuys de 2021, Föll inspirou os visitantes do centro cultural de Lagos com a exposição “Diálogo Interdisciplinar Arte – Espaço – Arquitetura”. Também em 2021, organizou uma exposição comemorativa muito visitada na sua casa em Olhão para assinalar o 100.º aniversário do seu professor Joseph Beuys.
