Novos documentos secretos do Vaticano

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Jornal “La Repubblica” publicou três novos documentos secretos do Vaticano sobre o secretário de Estado cardeal Tarcisio Bertone, o secretário privado do Papa, Georg Gaenswein, e o movimento Camino Neocatecumenal.

Apesar da detenção de Paolo Gabriele, o mordomo do Papa Bento XVI que continua incomunicável na Santa Sé, prosseguem a fuga e a publicação de documentos reservados do Vaticano. O chamado Vaticanoleaks está fora de controlo e, ao que parece, há mais “traidores” na Santa Sé. O diário “La Repubblica” publicou no domingo três novos documentos, apontando como fonte o “II Corvo”.

Junto com os documentos – dois sobre o secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, o secretário privado do Papa, Georg Gaenswein, e o terceiro referente ao Caminho Neocatecumenal, movimento fundado pelo artista espanhol Kiko Arguelo -, o “La Repubblica” divulga uma carta escrita num computador, intitulada “Expulsar do Vaticano os verdadeiros responsáveis”, no qual “II Corvo” afirma que o mordomo de Bento XVI não passa de um “bode expiatório”.

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Quem benefecia com a divulgação dos documentos?

Segundo o “II Corvo”, deve-se procurar a verdade no poder central. Ou seja, no arquivo privado de Georg Gaenswein, de onde alegamente partem os documentos reservados em favor do cardeal Bertone.

O porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, diz que não se surpreendeu com a publicação de novos documentos, como também não se surpreenderá se outros forem publicados nos próximos dias. “Está claro que quem recebeu essa quantidade de documentos prossegue com a sua estratégia para conseguir os seus objetivos”, afirmou.

Entretanto, Paolo Gabriele, que desde o dia 24 de maio está detido numa sala de máxima segurança do Vaticano, acusado de roubar e divulgar documentos secretos de Bento XVI, poderá ser ouvido hoje ou amanhã pelo juiz Piero Bonet. De acordo com os seus advogados, o antigo mordomo estaria disposto a colaborar.

A título de curiosidade, embora o Vaticano esteja totalmente informatizado e tenha uma rede própria de telemóveis, o Papa não usa computador. Bento XVI escreve à mão, rubricando a correspondência com uma letra “B” seguida pelo numeral romano “XVI”.

A grande questão está em saber-se quais os objetivos da divulgação de documentos secretos de Bento XVI, e quem está a beneficiar com o escândalo. Mas isso por enquanto é um mistério.

Maria Luiza Rolim (Rede Expresso)
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