O gestor que mais colaborou na “Face Oculta”

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O presidente demissionário da Estradas de Portugal ajudou a constituir o último arguido do “Face Oculta”. Os investigadores dizem que Almerindo Marques foi o gestor que mais colaborou no processo.

Almerindo Marques era, aliás, apontado por vários investigadores como o gestor público que mais se empenhou na colaboração com as autoridades judiciárias, para o esclarecimento do “Face Oculta”, conforme confirmaram ao Expresso vários intervenientes no processo de corrupção e tráfico de influência.

Graças a Almerindo Marques, há um 37º arguido, acusado de um crime de alegada corrupção passiva para ato ilícito, Joel Costa, funcionário do estaleiro de Viseu da Estradas de Portugal, enquanto Hugo Godinho, um sobrinho de Manuel Godinho, passou a ser acusado de burla. Tudo por causa do caso das pesagens da EP, em Viseu, dia 23 de fevereiro de 2009.

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Apesar do valor diminuto do alegado prejuízo para a EP no caso de Viseu, que nem a empresa sabe ao certo, calculando entre 20 e 480 euros, foi o presidente agora demissionário da EP quem deu instruções para a empresa Estradas de Portugal constituir-se assistente no processo e requerer a acusação dos suspeitos.

Gestor opôs-se ao arquivamento de corrupção

O Ministério Público de Aveiro arquivara o caso, mas os advogados da EP requereram ao juiz Carlos Alexandre, na fase de instrução, a constituição do funcionário – já então alvo de procedimento disciplinar – Joel Costa, conforme o Expresso então revelou em primeira mão.

O 37º arguido tinha sido testemunha durante o inquérito criminal da PJ de Aveiro, sendo suspeito de ter participado num alegado favorecimento nas pesagens, supostamente para favorecer o empresário Manuel Godinho, mas o MP entendeu que não existiam indícios suficientes para submeter Joel Costa e Hugo Godinho a julgamento.

Como a instrução do processo “Face Oculta” já decorria em fase adiantada, no Campus de Justiça, em Lisboa, o juiz Carlos Alexandre procedeu logo à separação de processos.

Carlos Alexandre inquiriu mais três testemunhas

Por essa razão na passada terça-feira, um dia depois de proferido o despacho de pronúncia do principal processo do “Face Oculta”, Carlos Alexandre já voltou ao trabalho, retomando o caso das pesagens no estaleiro de Viseu.

O juiz Carlos Alexandre inquiriu na terça-feira as três testemunhas – todas funcionárias da EP em Viseu – do caso que envolve o último arguido, Joel Costa, da empresa Estradas de Portugal, que faltou ao interrogatório, alegando encontrar-se doente, segundo disse ao Expresso o seu advogado. O outro suspeito, Hugo Godinho, optou por não prestar quaisquer declarações, de acordo com indicações da sua advogada, Paula Godinho.

Joel Armando Dias da Costa, de 56 anos, que é condutor de máquinas e funcionário da empresa “Estradas de Portugal” em Viseu, reside na cidade do Porto, segundo apurou o Expresso.

Segunda-feira o juiz Carlos Alexandre pronunciou 36 arguidos – entre os quais duas empresas de Manuel Godinho – no caso dos alegados crimes de corrupção e tráfico de influência, envolvendo diversas empresas públicas. Para além da empresa “Estradas de Portugal”, são assistentes neste processo diversas empresas do setor empresarial do Estado, como a EDP, a GALP, a Lisnave, a CP e a REFER.

JA/Rede Expresso
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