No dia 20 de abril realizou-se mais uma reunião negocial entre a FENPROF e o Ministério da Educação por causa da recuperação do tempo de serviço que os docentes trabalharam e que por questões políticas e sociais à data o tempo de serviço teve de ser congelado e não considerado para a progressão na carreira docente.
Reconhecendo a luta dos Educadores e Professores, o Ministro da Educação, João Costa, disse na reunião que as reivindicações dos docentes são legítimas e justas. O argumento que utiliza para não implementar a medida que vá ao encontro dessas reivindicações é que o programa do governo, sufragado pelo povo português nas eleições, não contempla medidas, que deem respostas a estas reivindicações dos professores e educadores.
O Sr. Ministro esquece-se que a recuperação parcial (2 anos, 9 meses e 18 dias) que os docentes conseguiram como consequência da sua luta, foi numa legislatura do PS (é certo que esse governo tinha um apoio parlamentar do PCP e do BE, ou seja, sem maioria absoluta) e que, também, não estava no programa deste governo.
A luta dos Educadores e Professores vai ser decisiva para a concretização desta reivindicação que, verdadeiramente, é legítima e justa.
Os Educadores e Professores trabalharam com os seus alunos de forma profissional, como sempre, e, solidários com a situação do país na altura, compreenderam que era necessário um impedimento temporário da sua progressão na carreira.
A exigência que os docentes fazem da recuperação de 6 anos, 6 meses e 23 dias é uma exigência de recuperação faseada. Os docentes nunca pediram a recuperação do tempo de uma só vez, porque há consciência de que outros setores também precisam de valorização profissional. O que não abdicamos é do tempo que trabalhámos e que, tendo sido considerada uma situação temporária, isto é, o denominado período de congelamento da progressão na carreira, nos seja recusada essa recuperação.
O governo do PS aplaudiu o desempenho dos docentes durante a pandemia, mas agora desrespeita o direito que os docentes têm de progredir na sua carreira. O descontentamento nas escolas é notório e crescente, o que condiciona a qualidade do ensino numa escola pública, que se defende que seja democrática e justa.
O Ministro da Educação assume que concorda que as reivindicações dos docentes são legítimas e justas.
É fácil dizer, mas será hipocrisia da sua parte e da parte do governo, se não concretizar medidas, que vão ao encontro das reivindicações dos docentes.
Para o governo liderado por António Costa será que a Educação é uma área à parte, minorizada no Conselho de Ministros do governo do PS? Se assim é… muito mal vai o país e a democracia em Portugal.