Ainda sem acordo que permita resolver a crise fiscal que se arrasta nos EUA, houve hoje um sinal de abertura, dado por Barack Obama, ao admitir um acordo de curto prazo para o aumento do limite da dívida do país. Esta é a via encontrada pelo Presidente norte-americano para por fim ao “shutdown” que paralisa a América há já sete dias.
Obama parece agora mais disposto a flexibilizar a sua posição, desde que isso permita que os serviços públicos do país voltem a funcionar. Perto de 800 mil trabalhadores estão há uma semana em casa, por não haver dinheiro para lhes pagar salários.
“Assim que isso aconteça, estou disposto e pronto a negociar com os Republicanos uma vasta gama de temas: como criar mais emprego, como relançar a economia e como impulsionar a produtividade”, garantiu Obama numa visita esta segunda-feira à Agência Federal para Gestão de Emergências (FEMA): “Terei gosto em discutir o sistema de saúde, a política energética e como enfrentar no longo prazo a nossa situação financeira”.
O Presidente norte-americano tem sido até aqui particularmente intransigente em relação a aceitar alterações à reforma do sistema de saúde que propôs, o chamado “Obamacare”.
O aumento do limite da dívida permite que os EUA afastem o risco de incumprimento e evitem a possível bancarrota já a partir de 17 de outubro, data a partir da qual o país deixa de ter dinheiro para pagar as suas dívidas, segundo a Secretaria do Tesouro.
Mafalda Ganhão e Raquel Pinto
JA|Rede Expresso