Obras na praia da ilha do Farol motivam críticas

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Apesar da contestação, a intervenção era reivindicada há 20 anos pelos habitantes, para melhorar o canal de navegação (Foto: Henrique Vairinhos)

As obras na praia da ilha do Farol, em plena época alta do turismo, têm incomodado banhistas e residentes, que compreendem a necessidade das intervenções, mas questionam a sua execução no verão

 

As obras em praias algarvias durante o verão estão a causar polémica. Depois da D. Ana, em Lagos, é agora a vez da praia da ilha do Farol, na ria Formosa, estar no centro das atenções pelos piores motivos.

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A intervenção da Polis Litoral na praia do Faro arrancou, em meados de julho, à vista e a poucos metros de todos os banhistas que frequentam a praia, e devem prolongar-se pelo menos até ao próximo mês de outubro.

Os responsáveis alegam que as obras só podiam arrancar nesta altura de verão e garantem que as condições de segurança estão salvaguardadas.

Por outro lado, os banhistas tentam contornar os transtornos e desfrutar dos dias de calor, mas não é fácil. Segundo vários turistas e moradores, as obras têm provocado muitos incómodos e até descargas de produtos poluentes, inclusive com maus cheiros, o que começa a afastar os banhistas desta zona em plena época alta do turismo.

Apesar da contestação, a intervenção em causa era reivindicada há cerca de 20 anos pelos habitantes da ilha do Farol, para melhorar o canal de navegação.

Segundo os moradores, o enchimento desta praia é fundamental e necessário para a defesa do frágil cordão dunar da ilha do Farol. Curiosamente, a empresa responsável pelas obras é a mesma que está a realizar a alimentação artificial da praia D. Ana, em Lagos.

Mais dragagens a caminho

Por outro lado, esta semana deverão arrancar as operações de dragagem na barra do Lavajo, entre a ilha da Armona e a ilha da Culatra.

“Esta é uma zona extremamente assoreada e que se tem tornado extremamente perigosa para a navegação. Já têm ocorrido inúmeros acidentes alguns deles muito graves, tal é o grau de assoreamento e mutação constante dos bancos de areia que se formam”, adianta a SOS Ria Formosa, que reúne as populações das ilhas barreira da Ria Formosa.

A associação mostra-se preocupada com a passagem de água, saneamento e eletricidade para a ilha da Culatra, apelando aos técnicos da Polis Litoral que tenham em conta esta operação, “caso contrário podemos ter problemas graves em todos os núcleos da ilha da Culatra”.

Demolições suspensas

Entretanto, as demolições na Ria Formosa continuam suspensas por ordem do Tribunal Administrativo de Loulé. Segundo apurámos, o tribunal deu recentemente provimento a mais 97 providências cautelares individuais de habitações do Farol. Estas 97 providências vêm juntar-se a outras 27, às quais também já tinha sido dado provimento por parte do tribunal, elevando assim para 124 o número de processos que vão seguir para processo principal, travando para já por completo qualquer demolição.

JA

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