OE2011: Construtores querem pagamento das dívidas e poupança através da redução da despesa

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O pagamento das dívidas e o lançamento de programas de reabilitação de edifícios são medidas que os construtores querem ver incluídas no Orçamento do Estado, defendeo que o Estado deve reduzir a despesa e não o investimento público.

“Gostaríamos que os Orçamentos do Estado (OE) previsse o pagamento atempado das dívidas do Estado, porque esse é um problema tremendo para a liquidez das empresas”, afirmou à agência Lusa o presidente da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Pública (FEPICOP).

Ricardo Pedrosa Gomes sublinhou a importância de o Estado regularizar os pagamentos às construtoras, afirmando tratar-se de uma “medida essencial” para as empresas.

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As dívidas dos municípios às construtoras ascendem a cerca de 830 milhões de euros e as câmaras municipais demoram, em média, cerca de sete meses (mais cinco do que o legalmente estabelecido) a pagarem, segundo o inquérito semestral aos prazos de recebimento nas obras públicas da FEPICOP, divulgado no início de agosto.

Outras das medidas que a Federação gostava de ver contemplada no OE para 2011 era o alargamento de programas de reabilitação de edifícios, como o Parque Escolar, a outras áreas.

“Gostávamos, a exemplo do que está a acontecer – e bem – com a Parque Escolar, que houvesse possibilidade de investir em programas da mesma natureza a outras áreas, como o parque judicial ou o parque hospitalar”, afirmou Ricardo Pedrosa Gomes.

A construção e reabilitação de edifícios escolares foi responsável pela subida homóloga de 22,1 por cento das novas encomendas na construção no segundo trimestre do ano, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O presidente da FEPICOP afirmou também ser “importante” que o Estado “priviligie o combate à despesa em vez de cortar, como é sistemático, no investimento público”.

“Gostaríamos que o Estado atacasse muito mais e poupasse muito mais pelo lado da despesa e não, como faz recorrentemente, pelo lado do investimento público”, defendeu.

Ricardo Pedrosa Gomes disse ainda que o setor se “sentiu profundamente desiludido” com a decisão do Governo de adiar o lançamento de algumas obras públicas, como as concessões rodoviárias, algumas linhas de alta velocidade ferroviária e o novo aeroporto de Lisboa.

“O setor sentiu-se desiludido, profundamente desiludido”, afirmou, recordando que, em alguns casos, “houve muito investimento”.

AL/JA

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