Opinião de Viegas Gomes
O Museu Almirante Ramalho Ortigão, sedeado no edifício do Departamento Marítimo do Sul, em Faro, vai em breve reabrir portas, após meses de encerrado por obras colaterais no mesmo Departamento. Não sei que grau de visitação tem este Museu. Penso que muito pouco. Em Faro a museologia continua a não dar expressão à cidade, ao seu turismo. Outro museu da cidade segue o mesmo caminho, o Museu Etnográfico Regional, obra do artista farense Carlos Porfírio. Se não fossem as visitas coletivas das escolas, os números andariam perto do zero. É outro exemplo da falta de ambição de dar forma à cidade. O mesmo se diga do Museu Antonino, na Igreja de Santo António do Alto.
Cremos que todos estes pequenos museus, estas mostras diversas, deveriam ser integradas num só edifício gerador de outra capacidade de visita. Nada disto existe. Nada disto está pensado. A cidade mergulha neste aspeto em perfeita baixa de forma. Muitas capitais de distrito vêm elaborando verdadeiros projetos de museologia autóctone. Que vem constituindo atrativo de vista das cidades. Isto prossupõe vontade de seguir em frente. Por um lado urge tudo fazer para aumentar o espólio, depois urge pôr em prática uma vasta operação de marketing de forma a atrair visitantes ao museu. Um dos problemas em Faro da museologia, para além da do património e identidade, é o do espaço museológico. Só assim os museus cumprirão as suas funções com prestígio. Falta também à museologia farense impacto exterior para de forma visível alertar o visitante. O museu não é um espaço qualquer. Pode não ser sumptuoso, mas terá de ser inexoravelmente apelativo, dotado de atmosfera característica.
Viegas Gomes