Os argumentos da extrema-direita holandesa para a saída da União Europeia (e Portugal é citado)

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Geert Wilders

“Nós deixaríamos de aceitar pessoas de Portugal, por exemplo, casos os portugueses continuem a conceder visto aos refugiados da Somália para o espaço Schengen”, afirma Geert Wilders, o líder do Partido para a Liberdade, numa entrevista ao “Der Spiegel”, a propósito da sua posição pela saída da Holanda da União Europeia (UE).

A sua proposta para que o parlamento holandês leve a votação a hipótese de saída da UE foi derrotada, mas o político de extrema-direita não desarma e continua a defender a sua argumentação para que o seu país siga o exemplo do Brexit.

“A instabilidade que nós estamos a ver em Inglaterra é apenas momentânea. A longo prazo, os britânicos vão beneficiar, tal como nós (holandeses) beneficiaríamos, de sair da União Europeia (UE)”, afirma.

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“Nós teríamos finalmente a nossa soberania de volta, assim como a nossa autonomia em termos monetários e de política para a migração – tal como a Suíça. Esse é o meu exemplo favorito: um país no coração da Europa com acordos de trocas comerciais com a China e o Japão”, afirma, em resposta a uma pergunta sobre o impacto que a saída teria para os holandeses, tendo em conta o seu país ser o segundo maior exportador de produtos agrícolas para a UE.

O líder do partido de extrema-direita considera que políticos como o primeiro-ministro britânico, David Cameron, “perderam o sentido da realidade” e que o “povo tem visto milhares de milhões a serem gastos com a Grécia e com a Turquia, em acordos com (o Presidente turco) Erdogan e com os candidatos a asilo”.

“Eu quero fechar as fronteiras holandesas. Os meus constituintes não querem mais refugiados. Eu não tenho vergonha de representar estes eleitores. Eu orgulho-me disso”, refere na entrevista à publicação alemã.

Geert Wilders defende que devem ser países islâmicos como o Dubai ou a Arábia Saudita a receberem aqueles que procuram asilo e quem nem sequer considera serem verdadeiros refugiados: “Eles vêm de seis ou sete países seguros. De acordo com as normas de Dublin, eles devem ficar no primeiro país seguro a que cheguem”.

Mais adiante na entrevista, acrescenta não ter nenhum problema com migrantes vindos de países como a Eslováquia ou a Lituânia, mas apenas com a migração dos países islâmicos, lamentado que “a UE não nos deixe nenhuma liberdade para determinarmos as nossas próprias leis de imigração e de asilo”.

Wilders vai mesmo ao ponto de afirmar que “o Islão não é uma religião, mas antes uma ideologia imperialista como o comunismo ou o fascismo”.

Quanto ao milhão de muçulmanos que vive na Holanda, parte dos quais já nascidos no país e com cidadania holandesa, diz não ter nenhum problema em relação ao eles e que podem permanecer desde que não tenham problemas com a lei. Mas “quando alguém com dupla cidadania cometa um crime, o seu passaporte holandês deve ser revogado e ele deve ser deportado para outro país”.

Alexandre Costa (Rede Expresso)

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