Osvaldo Gonçalves deixa presidência de Alcoutim por cargo na ALGAR

Oposição acusa o atual presidente de abandono do concelho quando mais precisa dele.

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O nome do presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves, foi aprovado, em reunião da AMAL, para o Conselho de Administração da ALGAR, o que implica a sua saída da autarquia.

Em declarações ao Jornal do Algarve, o ainda presidente Osvaldo Gonçalves, afirma que não terá sido uma decisão imediata, “eu confesso que tive alguma dificuldade em decidir”. Entre as razões pelas quais resolve aceitar o cargo, encontra-se o facto de ser um trabalho muito próximo dos municípios, ou seja, “um trabalho de acompanhamento e de aproximação e, enfim, de conetividade entre os próprios municípios e a empresa”.

Osvaldo Gonçalves defende que os projetos presentes no cronograma da autarquia estão a ser todos colocados em prática e não houve, nem há qualquer falha no município nesse aspeto.

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O cargo que irá assumir será de vogal, com a atribuição de ligação entre os municípios. Quando iniciar as novas funções, o vereador Paulo Paulino assumirá o cargo de Presidente da Autarquia.

O atual presidente, afirma que o vereador reúne todas as capacidades para o cargo, pois “está por dentro de todos os dossiês da Câmara e que acompanha, tal como eu e a equipa, desde a primeira hora, e, portanto, ele está perfeitamente capacitado para não colocar em causa nada daquilo que está em curso”.

Entretanto, em nota de imprensa, o presidente do Partido Social Democrata (PSD) de Alcoutim, Carlos Ludovico, alega que o atual Presidente da Câmara prepara-se para abandonar Alcoutim e que trocou o mesmo “por um salário melhor e pela fuga, quando Alcoutim mais precisava”.

Segundo Carlos Ludovico, “este é um cargo que custa aos bolsos de todos nós muitos milhares de euros por mês, em vencimento, viatura e outras regalias e deveria ser ocupado por pessoas com habilitações para o efeito, tal como qualquer gestor público. Manifestamente não é o caso.” Acusa ainda a Autarquia de não estar a cumprir com os projetos e os trabalhos propostos e as necessidades do município, nomeando o projeto da ponte, a falta de médicos no concelho e, uma suposta investigação do Ministério Público.

Por fim, o vereador acredita que terá sido uma saída já pensada. “Como não podia fazer mais nenhum mandato, por que a lei impede, Osvaldo Gonçalves sai para que esse número dois seja Presidente da Câmara sem ser eleito, para depois ser o candidato do PS. É mais uma artimanha que as pessoas não toleram e nós também não.”

Segundo o líder do PSD Alcoutim, “esta saída pode ter sido precipitada pela investigação que está a ocorrer à gestão da autarquia, onde há fortes suspeitas de algumas irregularidades ou até mesmos crimes. É uma falta de respeito. Eu sou Vereador, não sou Presidente, mas não trocaria Alcoutim por nada.”

Osvaldo Gonçalves, perante estas declarações, adianta que não tem conhecimento de estar a decorrer qualquer processo do Ministério Público e acredita que a origem das mesmas, tem por base um ataque pessoal, considerando que se trata da pior forma de fazer política.  “Isto é uma falácia dizer que deixo o município ao abandono.”

Em relação aos projetos, principalmente o da ponte, o assunto é muito delicado, segundo Osvaldo Gonçalves, visto que, “fizemos o que nos foi pedido e que é a nossa competência,  obrigação e responsabilidade. Isto está há muito tempo feito, neste momento estamos aqui a gerir um impasse que não pode ser nosso, que não é gerido por nós.” Tendo em conta que é um projeto dependente da ajuda espanhola, não está de alguma forma na iminência de ruir, apenas está parado de momento, devido à situação política de Espanha e de Portugal, tendo havido, em ambos os países, eleições antecipadas.

Em relação à situação médica, Osvaldo afirma que é efetivamente um problema, pois o médico que lá exercia, pediu mobilidade e a mesma foi lhe concedida e a autarquia não tem como “amarrar as pessoas ao território”. Mas garante que está a ser tratado junto das entidades interessadas.

O presidente da autarquia nega também as alegadas acusações sobre a intenção da decisão, “Isto é completamente falso. Não estava premeditado. Foi algo que surgiu no início deste ano. E quando me fizeram este convite, eu refleti muito”.

Finaliza, relembrando que em tempos, o vereador, abandonou Alcoutim, contrariamente ao que declara. “Isto também é falso, porque ele e a família já esteve cá a viver e a trabalharem em Alcoutim e depois foram-se embora”.

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