Passos admite que OE2012 será “o mais difícil de executar”

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Primeiro-ministro avisa que o Orçamento do Estado para 2012 será “o mais difícil de fechar e de executar”, sublinhando que “todos os sacrifícios que vai envolver só têm o propósito de cumprir” o acordo com a troika.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou segunda-feira que o Orçamento do Estado para 2012 “será o mais difícil de fechar e de executar de que há memória em Portugal”, recusando “qualquer complacência com as metas a atingir”.

“Será seguramente o orçamento mais difícil de fechar e o mais difícil de executar de que temos memória em Portugal”, afirmou ontem o primeiro-ministro, na visita à fábrica da Toyota em Ovar, para assinalar o 40.º aniversário da Produção Toyota em Portugal, realçando que “todos os sacrifícios que vai envolver e todos os esforços só têm o propósito de cumprir” o acordo com a ‘troika’.

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Pedro Passos Coelho sustentou que “cada vez que os mercados duvidarem da nossa capacidade de cumprir, as taxas de juro vão aumentar”, adiantando que “o programa de assistência [financeira] não cobre o financiamento às empresas públicas e elas têm dívida atrasada na banca”.

Em relação ao Orçamento do Estado, que terá que ser entregue na Assembleia da República até à próxima segunda-feira, o primeiro-ministro explicou que “de cada vez que é preciso chegar a uma melhor solução orçamental para o próximo ano, há sempre alguma área que explica que não é possível fazer o que é indispensável com menos dinheiro e todos têm uma razão, mas não podemos ser complacentes com a exigência que temos que ter para atingir as metas”.

Apelo à compreensão e ao diálogo

Passos Coelho defendeu o recurso à “compreensão e ao diálogo para todos e, em particular com as pessoas com menores rendimentos, que têm que ser olhadas com maior cuidado pelos poderes públicos, mas uma vez cumprida essa exigência ética, democrática e social, têm mesmo que se encontrar as melhores soluções para os problemas”.

O governante admite que a contenção orçamental pode implicar “reinventar tudo”, desde a maneira como os projetos são concebidos à forma como são executados, realçando os cortes nas áreas da saúde, segurança social e educação, as que “concentram mais despesa pública e, por isso, consomem mais impostos dos cidadãos”.

“Todos os sacrifícios, todos os esforços só têm um propósito: cumprir aquilo a que nos comprometemos perante a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional [FMI] e garantir que os esforços que estamos a fazer têm algum sentido para todos os portugueses”, declarou.

Ganhar confiança nos mercados

O primeiro-ministro manifestou “muito orgulho em ver que, de um modo geral, os portugueses têm compreendido esta mensagem e aderido à ideia” de que Portugal não pode falhar no acordo assinado com a ‘troika’, referindo ser “a melhor forma de garantir que as taxas de juro não crescem como cresceram em outros países”.

Para Passos Coelho, “quando as taxas de juro baixam quer dizer que os mercados exteriores ganham mais confiança. Se acontecer o contrário, se cada vez tiver que pagar mais caro pelo dinheiro, cada vez haverá menos dinheiro para utilizar”.

“Por essa razão, o Governo insiste tanto na matéria de ganhar confiança, convencer os mercados de que estamos no caminho certo”, esclareceu na sua intervenção na fábrica da Toyota em Ovar, o primeiro investimento do grupo nipónico na Europa, realizado há 40 anos.

JA/Rede Expresso
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