“Um amplo entendimento coletivo” na sociedade portuguesa para decidir a estratégia para o futuro foi o apelo de Passos Coelho feito esta quarta-feira à noite no Funchal. O primeiro-ministro esteve na Madeira para participar num jantar com empresários e, depois de falar das dificuldades passadas, lançou o apelo para o futuro e para a direcção que o País deve tomar.
“Temos de decidir se queremos ser um país desenvolvido com contas em ordem ou andar sempre atrás do prejuízo como nos últimos 40 anos” explicou, depois de ter lembrado o ambiente em que governou, com notícias constantes de Portugal precisaria de um segundo resgate e de um programa cautelar e de toda a ansiedade que essas notícias provocaram na sociedade portuguesa.
Esses tempos passaram, “não há uma auto-estrada pela frente, mas um caminho estreito” que poderá trazer “esperança” se houver o amplo entendimento colectivo que pediu perante os empresários madeirenses e até na reacção que teve ao ser confronto com as críticas de António Costa, que acusou o Governo de não governar.
Passos Coelho refutou a acusação e lembrou que o momento exige a colaboração de todos, até do maior partido da oposição para assuntos importantes como a fiscalidade verde e a reforma do IRS, cuja discussão começa em breve.
A tónica foi sempre de esperança, de crescimento de 1,5 % em 2015, de menos desemprego e de convergência face às economias mais desenvolvidas da zona euro. Apesar de toda a esperança de Passos Coelho, o primeiro-ministro teve no Funchal o mesmo tipo de recepção: uma manifestação a porta do hotel onde decorreu o jantar com os empresários das “100 Maiores”.
A manifestação de sindicatos esperou o primeiro-ministro à entrada do local do encontro com os empresários e foi muito ruidosa à passagem dos carros oficiais. Divulgada pelo Facebook, reuniu várias de dezenas de pessoas que, enquanto esperavam, entoar palavras de ordem contra as políticas de austeridade Passos Coelho.
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