PCP quer suspensão imediata das obras na praia D. Ana

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Em finais de abril, a Agência Portuguesa do Ambiente deu início a uma empreitada de alimentação artificial da praia, no sentido de “garantir a segurança de pessoas e bens”

O grupo parlamentar do PCP apresentou na passada quinta-feira, dia 28 de maio, na Assembleia da República, o projeto de resolução “Contra a descaraterização da praia da D. Ana em Lagos”.

Os comunistas pedem ao Governo que suspenda de imediato as obras em curso na praia e utilize as verbas na elaboração de um plano de requalificação, na consolidação das arribas e na proteção dos valores naturais, assim como na resolução do problema dos esgotos na praia e do encaminhamento das águas pluviais também não foi esquecido
“A praia da D. Ana não tem merecido a atenção e o cuidado devidos por parte das entidades responsáveis, apresentando sérias deficiências no tratamento da zona envolvente. Além da presença de edifícios quase no limite da falésia, a incúria oficial estende-se ainda às questões da erosão da falésia provocada pela água da chuva, às descargas de esgotos na praia e ao acesso à praia através de uma escada provisória de madeira por entre restos de demolições de um antigo restaurante”, observa o PCP.

Em finais de abril, a Agência Portuguesa do Ambiente deu início a uma empreitada de alimentação artificial da praia, no sentido de “garantir a segurança de pessoas e bens”.

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A intervenção em curso inclui a construção de uma estrutura de retenção lateral (esporão) e ainda o enchimento da praia com cerca de 140 mil m3 de areia, a qual elevará o nível da praia em cerca de quatro metros e proporcionará um avanço médio da linha de costa de 40 metros.

Segundo os comunistas, “a subida do nível da areia da praia, a construção do esporão e a duplicação do areal só poderão significar, por parte dos seus responsáveis e de quem aprovou a obra, tanto a indiferença pela qualidade ambiental que individualiza a praia da D. Ana, como a insensibilidade pelos valores paisagísticos que lhe conferem valor inigualável como património natural, tudo resultando na completa descaracterização desta praia emblemática da Costa d’Oiro”.

“Praia pode perder estatuto internacional”

“Esta obra não só não respeita, como objetivamente contraria o objetivo de proteger o património natural e em nada corresponde à também pretendida segurança de pessoas e bens, que seria garantida pela consolidação das zonas friáveis das arribas, protegendo-as da erosão, nomeadamente da provocada pelas águas da chuva”, lê-se no projeto de resolução apresentado no parlamento.

O PCP refere ainda que, se a obra em curso não for interrompida, “a destruição desta paisagem marítima ancestral e deslumbrante irá ter consequências gravosas sobre o estatuto internacional da praia da D. Ana, prejudicando de forma irremediável a sua imagem atual, que a faz ser considerada uma das mais belas do mundo”.

De acordo com os comunistas, os cerca de 1,8 milhões de euros atribuídos a esta empreitada deveriam ser orientados para “a requalificação das arribas e zona envolvente e valorização dos recursos naturais”.

JA

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