“A pirataria na foz do Guadiana na primeira metade do século XVI” foi o tema que representou a participação portuguesa na 23.ª edição das Jornadas de Historia de Ayamonte, realizadas na última semana naquela cidade espanhola.
A conferência ficou a cargo do historiador algarvio Fernando Pessanha, que partilhou com o público os resultados das investigações que têm sido desenvolvidas ao longo do último ano e que nos dão conta da intensa atividade do contrabando e da venda de escravos trazidos das possessões que Portugal deteve no Norte de África até meados da centúria quinhentista.
De acordo com o investigador, que dias antes apresentou os resultados destas investigações na Direcção Regional de Cultura do Algarve e na Universidade de Sevilha, “é o lucrativo contrabando de produtos exóticos e a venda de escravos a mercadores castelhanos que explicam os constantes ataques de que a foz do Guadiana, a grande via de penetração no sudoeste peninsular, era alvo por parte da pirataria”.
De resto, os resultados destas investigações serão publicados no livro “Actas das XXIII Jornadas de Historia de Ayamonte”, cujo lançamento está previsto para novembro do próximo ano.
Recorde-se que este tema foi abordado recentemente pelo Jornal do Algarve, numa amplia reportagem onde Fernando Pessanha revelou que a antiga localidade de Santo António de Arenilha teve muito mais importância do que se supunha, precisamente devido a esta atividade na foz do rio.