O Plano Gerontológico de Monchique é o primeiro documento do género na região algarvia e pretende ser um instrumento de planeamento e intervenção no processo de envelhecimento
Identificar os principais problemas dos idosos, privilegiar o envelhecimento ativo e erradicar o isolamento e a exclusão social, ao mesmo tempo que se potencia o turismo residencial sénior, são as principais metas do Plano Gerontológico de Monchique. Este é um dos concelhos mais envelhecidos da região e do país, com as estatísticas a indicarem que a população com mais de 65 anos é três vezes superior à média nacional!
A apresentação pública do plano decorreu, sábado à tarde, na Caixa de Crédito Agrícola de Monchique, tendo sido um dos pontos altos da programação do Mês Sénior, que se prolonga durante todo o mês de outubro.
“Monchique é, assim, o primeiro concelho algarvio, e um dos primeiros do país, a apresentar um plano estratégico para o envelhecimento”, salienta a autarquia, adiantando que o documento vai guiar as políticas e intervenções do município nas áreas da solidariedade e ação social.
O plano consiste num diagnóstico inicial sobre a situação dos idosos no concelho de Monchique, na definição de medidas estratégicas para um envelhecimento ativo e na promoção de Monchique como um destino ideal para o “envelhecimento em qualidade”, nomeadamente na área do “turismo residencial sénior”.
Para realizar esta tarefa, a câmara e a associação Âncora, que estão juntas neste projeto, já desenvolveram um trabalho de campo que se estendeu por mais de quatro meses.
Fator negativo transformado em oportunidade
De acordo com a autarquia de Monchique, o documento pretende que o envelhecimento seja “uma oportunidade de desenvolvimento do concelho, contrastando com o fator negativo dos recentes números dos Censos gerais da população”.
Recorde-se que, segundo os Censos de 2011, o concelho de Monchique perdeu quase 14 por cento da população nos últimos dez anos, restando pouco mais de seis mil habitantes nas três freguesias (Monchique, Alferce e Marmelete).
É por isso que a autarquia aposta forte neste Plano Gerontológico, um documento que, revela Rui André, “apontará as linhas mestras da iniciativa junto da população ativa sénior, tentando promover Monchique como destino de eleição para o envelhecimento ativo, reunindo todas as instituições e associações já existentes no concelho”.
Segundo o autarca, o documento representa “a resposta concreta para um problema que não se resolve apenas com a concretização de projetos isolados”, mas sim através de parcerias com todas as instituições.
“O grande objetivo é desenvolver um programa eficaz e abrangente, tendo em vista o apoio à resolução de alguns problemas, e, sobretudo, promover um envelhecimento de qualidade na área do território de Monchique”, sublinhou o presidente da câmara, acentuando que “a ideia é a promoção de Monchique como local de eleição para um envelhecimento ativo onde a qualidade de vida é na verdade, excelente”.
O autarca congratula-se ainda pelo facto de alguns dos projetos que estão referidos no plano já estarem em andamento, citando como exemplos o apoio à construção de um lar na freguesia de Marmelete e a criação do Centro de Dia em Alferce, assim como os projetos de regulamentos do Banco Local de Voluntariado e Banco Local de Ajudas Técnicas.
