Pelo menos 16 civis terão sido abatidos pela polícia federal mexicana em janeiro em Apatzingán, no estado de Michoacán, segundo uma investigação da jornalista Laura Castellanos divulgada na revista “Proceso” e no site Aristegui Noticias.
Os artigos são baseados em 39 testemunhas anónimas, vídeos e registos de áudio, que indicam que as vítimas não estariam armadas quando a polícia federal abriu fogo a 6 de janeiro.
Anteriormente, as autoridades mexicanas anunciaram que 9 pessoas haviam morrido, devido a “fogo amigo”, quando antigos membros de uma milícia rural entraram em confrontos com a polícia federal em Apatzingán, num incidente em que foram detidas 44 pessoas.
Dados que foram agora desmentidos pelos artigos, que já levaram à abertura de uma investigação sobre o sucedido.
“Matem-nos como cães”
A jornalista refere que num primeiro momento os agentes da polícia dispararam sobre 100 pessoas que se estavam a manifestar em frente à sede da autarquia, enquanto alguns polícias gritavam “matem-nos como cães”.
Horas mais tarde, a polícia voltou a abrir fogo, dessa feita sobre dezenas de viaturas que transportavam pessoas que estavam a perseguir as viaturas da polícia, na esperança de conseguir libertar os seus companheiros detidos.
A jornalista refere que os civis não teriam em seu poder mais do que paus, para atacar a polícia.
Michoacán é um dos estados mexicanos amplamente afetados pelo narcotráfico.
Este novo caso, ocorre após no ano passado 43 estudantes terem sido mortos supostamente devido à ação da polícia municipal ligada a um cartel de narcotráfico.
RE