Portugal reforça colaboração com ‘secretas’ europeias

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O Serviço de Informações e Segurança (SIS) e o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) intensificaram na última semana a troca de informações e colaboração com os serviços congéneres europeus e norte-americanos.

Apesar de Portugal não ter sido referenciado como alvo de atentado terrorista, as recentes ameaças de ataques por parte da Al-Qaeda, ou de grupos com ligações à organização de Bin Laden, a vários países da Europa, levaram as autoridades portuguesas a reforçar os contactos para detectar suspeitos que possam passar pelo nosso País.

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Ainda ontem a França alertou para a forte possibilidade de um atentado na Inglaterra. Esta semana, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Suécia divulgaram alertas sobre possíveis ataques terroristas da Al-Qaeda e de grupos aliados contra cidadãos viajando pela Europa.

Oficialmente, o Governo português não assume qualquer alteração do nível de alerta em Portugal. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, assegura que “não há informação específica” da existência de alvos em Portugal, acrescentando, porém, que “as ameaças são difusas” e que “sabemos que vamos ter de viver com elas nas próximas décadas”.

No entanto, ao que o DN apurou, quer os serviços de informações na dependência do gabinete do primeiro-ministro, quer a Polícia Judiciária deram ori- entações aos seus operacionais para redobrarem atenção às movimentações junto às comunidades muçulmanas no País.

Com as detenções na última semana de vários terroristas islâmicos que se preparavam para atacar alvos na Europa, Portugal torna-se um caminho natural para suspeitos em fuga.

Por isso mesmo a acção das autoridades portuguesas vai centrar-se em duas frentes. Uma é o reforço no controlo de passageiros nos aeroportos e nas entradas pelas fronteiras terrestres, em acções conjuntas com a polícia espanhola. Outra é o reforço da vigilância nas mesquitas (existem mais de 30 em todo o País) principalmente as mais radicais, como é o caso da do Laranjeiro, frequentada pelos fundamentalistas não violentos Tablit Jamaat (mas com proximidade aos grupos salafistas e ‘wahabi’ violentos).

O SIS tem feito um trabalho contínuo de prevenção da radicalização junto às comunidades muçulmanas e acredita que, caso alguma ‘cara estranha’ apareça que serão informados. As ‘secretas’ têm nomes de alguns suspeitos que foi enviada pelos serviços europeus e algumas fotos foram entregues aos informadores.

Alguns peritos internacionais em contraterrorismo consideram que é uma questão de tempo até que Portugal seja também um alvo de ataque ou ameaça, como acontece em praticamente todos os países europeus. “Só o facto de o presidente da Comissão Europeia ser um português (Durão Barroso) é mais que razão suficiente para que estes terroristas entendam que Portugal deve ser atacado”, lembra Shabtai Shavit, ex-director da Mossad.

Boaz Ganor, presidente do Instituto Internacional de Contraterrorismo, um estabelecimento de ensino superior de Israel especializado na investigação desta matéria, não duvida de que o terrorismo “vai atingir Portugal como já atingiu países próximos dele”. Para este académico, consultor de vários países europeus, “o terrorismo é um fenómeno em expansão. Há 15, 20 anos, as pessoas diziam que isto eram um problema do Médio Oriente, da Ásia central… mas depois passou para África, depois para os EUA, para a Europa, Inglaterra, Espanha… está a expandir-se… E se houver alguma pessoa no mundo que diga que é um problema que não lhe diz respeito, vai descobrir, infelizmente, que lhe diz respeito. Ou no seu próprio país ou quando viajar para o estrangeiro”.

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