Portugueses e espanhóis juntos na crise e na festa

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O maior cartaz da passagem de ano no Algarve – o réveillon de Albufeira – está a ser promovido em Portugal e Espanha, sendo que o município e os empresários do turismo não escondem a sua preocupação com os efeitos da crise. No entanto, a falta de dinheiro poderá levar muitos portugueses e espanhóis a optar por não viajar para longe, escolhendo destinos como Albufeira para fazerem a festa

As perspetivas para a passagem de ano no Algarve são bastante negativas, com o setor da hotelaria a falar de quedas nas reservas na ordem dos 30 por cento.

As medidas de austeridade aprovadas pelo Governo, a introdução de portagens na Via do Infante e o facto de a passagem do ano calhar a um fim de semana são fatores que jogam contra o Algarve neste final de ano.

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Além disso, muitas empresas, estabelecimentos hoteleiros e empreendimentos turísticos optaram pelo encerramento durante toda a época baixa (outubro a maio), enquanto os que ficaram abertos estão a reduzir preços e a praticar saldos para “salvar” a passagem de ano.

No entanto, a falta de dinheiro também pode funcionar como um fator que leve muitos portugueses a optar por não ir para fora do país, escolhendo o Algarve para a passagem de ano.

Na vizinha Espanha, a situação económica e social não é mais animadora e o país atravessa igualmente um período muito negativo, sendo também de prever que muitos espanhóis, principalmente os que residem junto à fronteira, deem um salto até à região para comemorarem o final do ano e celebrarem a entrada em 2012.

Numa altura em que ambos os países atravessam grandes dificuldades, “os mercados de proximidade, e nomeadamente o espanhol, são uma prioridade estratégica para a promoção turística de Albufeira”, sublinha em comunicado a Agência de Promoção de Albufeira (APAL), que reúne o município e empresários locais.

Esta agência lançou nas primeiras semanas deste mês três campanhas de rádio, com o objetivo de promover o cartaz de fim de ano de Albufeira em várias regiões espanholas, como a Andaluzia e a Estremadura, nomeadamente nas províncias de Sevilha, Huelva e Badajoz.

Promoção no mercado interno

Ao mesmo tempo, a APAL promoveu e divulgou o evento no mercado interno, através dos meios de comunicação social, outdoors, flyers, Rádio Comercial, sites de internet, Facebook e newsletters específicas. A justificação para a realização destas ações promocionais em solo português e espanhol está relacionada com “a importância ao nível económico que a celebração do réveillon tem para o tecido empresarial local”.

“A celebração do fim de ano em Albufeira é hoje um dos maiores acontecimentos do género a nível nacional. Ao longo destes últimos 10 anos em que o município promove este evento, Albufeira passou a ser um dos destinos mais procurados nesta época do ano”, salienta a autarquia.

Mas este ano a crise poderá complicar as contas das autarquias e dos empresários algarvios, uma vez que a corte nos subsídios e os aumentos dos impostos já começaram a dar origem a uma grande contenção de custos das famílias.

Segundo um estudo divulgado na semana passada pelo Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT), 93 por cento dos portugueses vão optar por não viajar em férias nesta época festiva. Para piorar a situação, os poucos que ainda têm a intenção de fazer férias nesta altura do ano esperam gastar menos do que no ano anterior.

Aurea e fogo de artifício na Praia dos Pescadores

Apesar das adversidades, o município de Albufeira apresenta um programa de fim de ano que tem como objetivo atrair milhares de pessoas, com um concerto de Aurea e fogo de artifício, na Praça dos Pescadores.

“Desde 2002/2003 que este evento tem contribuído muito para tornar Albufeira num dos destinos mais procurados no fim de ano”, destacou o presidente da câmara de Albufeira, Desidério Silva, durante a apresentação do programa.

O cartaz deste ano resulta de uma parceria entre a autarquia e Agência de Promoção de Albufeira (APAL), com o apoio da Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e dos empresários locais.

Ao todo, cerca de 60 parceiros do setor privado (hotelaria, restauração, táxis, etc.) juntaram cerca de 90 mil euros para o programa da passagem de ano, enquanto a autarquia vai apenas garantir a segurança do evento.

Nuno Couto/Jornal do Algarve
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