“Precisava de dar este passo para ficar de bem com a minha consciência”

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Nunca mencionou o nome do atual secretário-geral do PS. Mas isso não impediu António Costa de, numa entrevista à SIC Notícias, na noite de segunda-feira, apontar vários erros, alguns “gravíssimos”, à atual direção do partido, encabeçada por António José Seguro.

Desde logo, “o primeiro”: ter imposto a abstenção na votação do Orçamento do Estado para 2012, não ter sequer permitido que os deputados recorressem ao Tribunal Constitucional, “não ter adoptado a posição clara de dizer que não podia honrar compromissos que iam para lá do que estava no memorando de entendimento”. Depois, ter “fingido que não havia passado”: “Não foi capaz de assumir o passado e ficou numa posição embaraçosa (…). Ninguém pode ter sucesso assim”. Por fim, o erro “gravíssimo” de análise do resultado das eleições europeias, ao “conformar-se com uma vitória pequenina”.

Explicando que decidiu avançar, depois de analisar o resultado obtido pelo PS nas eleições de 25 de maio, porque “precisava de dar este passo para ficar de bem com a minha consciência”, Costa garantiu estar muito tranquilo quanto ao desfecho das primárias de 28 setembro.

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Questionado sobre se esta disputa interna não deixará o partido irremediavelmente desavindo, o adversário de António José Seguro diz ter a certeza que não. Recorrendo à sua “larga” experiência em unir “coisas e pessoas desavindas”, afiança que saberá unir o partido caso vença as primárias. Até lá, pede a todos os intervenientes no processo: “Tenham todos muito juízo”. Uma referência aos apupos de que foi alvo no domingo, em Ermesinde, que desvalorizou, estando em crer que se tratou de “um caso isolado que espero que não se repita”.

Sobre as suas diferenças em relação a Seguro, Costa preferiu não se pronunciar : “As pessoas tirarão as suas ilações”. Preferiu sublinhar que “o PS não se pode conformar com os resultados que teve nas europeias” e que é preciso um PS que os cidadãos olhem como alternativa, que venha a ser um Governo capaz de “travar o retrocesso social” e de “ter uma nova atitude na Europa”, combativa na defesa dos interesses nacionais.

Não se comprometendo, tal como o secretário-geral do PS, a fazer promessas que não possam ser sustentáveis no futuro – “seria absolutamente irresponsável” – confirma que “a austeridade não só não é solução, como é um problema”. Garantiu que, no programa de Governo que começará a elaborar no dia 29 de setembro, aproveitará “muito do trabalho produzido neste três anos, no âmbito do movimento Novo Rumo e do Laboratório de Ideias”. Sem especificar quem será o seu parceiro preferencial no caso de necessitar de negociar uma coligação de Governo, preferiu sublinhar que o desafio é conseguir que o PS corporize uma alternativa, “capaz de converter a atual maioria contra este governo d esta política numa maioria favorável à mudança”. Para concluir: “Um partido forte é capaz de dialogar com todos”.

RE

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