Na conferência de imprensa no final do Grupo de Arraiolos, Christian Wulff diz que essa medida diminuiria a confiança dos mercados
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O Presidente alemão Christian Wulff tirou hoje todas as esperanças de uma flexibilização dos programas de ajustamento em curso, ao considerar que essa decisão poria em risco a confiança dos mercados.
Wulff falava na conferência final da reunião do “Grupo de Arraiolos” (os nove chefes de Estados da União Europeia sem poder executivo), em Helsínquia, respondendo a uma pergunta que apontava o caso português, como forma de atenuar as consequências sociais e dar mais margem ao crescimento.
Para o Presidente alemão, “temos de ser rigorosos a exigir e a implementar as condições”, sob as quais foi acordada e das quais depende a assistência europeia. “Se mostrarmos um elevado grau de flexibilidade relativamente a essas condições, isso não beneficia o aumento do sentimento de confiança nos mercados”.
Segundo Christian Wulff, “uma vez alcançadas as condições atempadamente, podemos ter isso em consideração, mas começar numa fase inicial a ser flexível relativamente às condições estabelecidas, corre-se o risco de diminuir a confiança”.
Segundo o Presidente da Alemanha – cujo ministro das Finanças terá mostrado esta semana sinais de concordar com uma flexibilização do programa português – cada país não pode por si só alterar o que está estabelecido.”Precisamos de estabilidade, de credibilidade, de previsibilidade. Uma vez isso alcançado, há sempre espaço para adaptações. Mas não numa fase demasiado prematura”.
É urgente o crescimento
Já Cavaco Silva e o seu homólogo italiano, Giorgio Napolitano, puseram a tónica na necessidade de crescimento, referindo a próxima cimeira de Março como “muito importante”, já que será dedicada ao crescimento.
O Presidente português destacou também que o acordo de concertação social já constituía uma contribuição para aliviar as tensões sociais. “Estamos a fazer o nosso trabalho de casa e espero que a Europa avance com a estratégia de crescimento e emprego”.
Napolitano salientou que é “a Europa inteira no seu conjunto que necessita de um impulso forte, de uma nova vaga de crescimento competitivo e sustentável”.
“Precisamos de combinar consolidação orçamental e promoção de crescimento”, disse.
Luísa Meireles (Rede Expresso)