O primeiro-ministro interino ucraniano, Arseni Iatseniouk, anunciou este domingo que vai reunir-se na quarta-feira com Barack Obama, em Washington, a convite do Presidente norte-americano, para discutir a crise em Kiev e a situação da pensínsula da Crimeia.
“Na próxima quarta-feira, o vice-primeiro-ministro irá presidir ao conselho de ministros porque irei deslocar-me para os EUA para discutir ao mais alto nível a resolução da situação na Ucrânia”, afirmou Arseni Iatseniouk à agência Interfax, citado pela CNN.
O convite também já foi confirmado pela Casa Branca, que refere num comunicado que Barack Obama quer expressar em primeiro lugar “o seu apoio ao novo governo ucraniano” e ajudar a resolver a crise no país e a situação da Crimeia.
“Os dois mandatários discutirão uma solução pacífica à intervenção militar da Rússia na Crimeia que possa respeitar a soberania da Ucrânia e a sua integridade territorial”, declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Entretanto, o primeiro-ministro interino ucraniano garantiu este domingo que a Ucrânia não vai ceder nenhuma parte da pensínsula da Crimeia à Rússia.
“É a nossa terra, não vamos ceder nem um centímetro. Que a Rússia e o seu Presidente o saibam”, declarou Arseni Iatseniouk, perante centenas de apoiantes, durante um discurso num comício que marca o 200.º aniversário do nascimento do poeta Taras Chevtchenko, símbolo da independência do país.
Putin falou com Merkel e Cameron
O presidente russo, Vladimir Putin, telefonou entretanto à chanceler alemã, Angela Merkel, e ao primeiro-ministro britânico, David Cameron para discutir a crise na Ucrânia e o referendo na Crimeia.
“Os líderes trocaram pontos de vista sobre os esforços possíveis da comunidade internacional para normalizar a situação na Ucrânia”, afirmou o Kremlin, em comunicado, citado pela Reuters.
Putin voltou a defender que as ações russas na Crimeia respeitam a lei internacional e visam proteger o povo russo que vive na pensínsula, assim como a legitimidade da consulta popular sobre a anexação da Crimeia à Rússia.
Apesar das diferentes opiniões, os três líderes internacionais concordaram quanto à necessidade de “evitar a escalada da tensão e normalizar a situação” na Crimeia.
A Ucrânia é palco de tensões desde novembro, depois de o Presidente Viktor Ianukovitch ter-se recusado a assinar um acordo com a União Europeia, optando pela aproximação com a Rússia.
RE