Projeto algarvio que leva filmes às escolas dá nas vistas a nível nacional

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O projeto algarvio liderado por Graça Lobo está na origem do Plano Nacional de Cinema, que vai levar filmes marcantes da sétima arte às escolas

Em 1998, a professora de português Graça Lobo idealizou levar o cinema às escolas da região algarvia – das mais cosmopolitas às mais rurais e isoladas. Desde então, o programa “Juventude Cinema Escola” tem feito crianças de toda a região vibrarem com a magia da sétima arte. O projeto cresceu de tal forma que já mereceu a atenção de investigadores nacionais, tendo sido criado um Plano Nacional de Cinema. Na segunda-feira, Graça Lobo, antiga responsável pelo Cineclube de Faro, foi nomeada para coordenar o grupo que vai pôr em prática o plano nacional no atual ano letivo

Aproveitando a sua experiência de, pelo menos, duas décadas, na coordenação de iniciativas que integram a educação e cinema, o Governo nomeou a algarvia Graça Lobo para coordenar o grupo de projeto para o Plano Nacional de Cinema (PNC).

A antiga responsável pelo Cineclube de Faro, que desde sempre desenvolveu projetos em escolas locais, liderou o projeto “Juventude Cinema Escola”, que está a ser desenvolvido pela Direção Regional do Algarve desde 2004.

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O PNC, criado pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Ministério da Educação e Ciência, será semelhante a este programa, que já existe desde 1998 no Algarve.

Graça Lobo, que já tinha sido nomeada para dirigir a fase piloto do PNC, continua assim a liderar este projeto, que visa “promover a literacia para o cinema junto do público escolar” dos ensinos básico e secundário.

O projeto arrancou numa fase piloto em 2012, com ações de formação de professores, mas só foi oficializado em novembro de 2013. Segundo os responsáveis, o plano é para ser posto em prática no atual ano letivo, embora esteja já em curso o segundo período escolar.

Sétima arte conquista jovens estudantes

A idealizadora do projeto que nasceu no Algarve há mais de 15 anos tinha como objetivos iniciais levar o cinema às escolas da região, fazendo as crianças vibrarem com a magia da sétima arte.

Nos estabelecimentos de ensino espalhados pela região, em cidades ou nos meios rurais, passaram filmes de Chaplin e Godard, assim como documentários e filmes de animação de produção nacional, que fizeram os mais novos interessarem-se por cinema.

A notoriedade e o impacto do projeto a nível local foi tremendo e logo mereceu a atenção de investigadores nacionais, que destacam o sucesso da iniciativa na educação e criação de novos públicos.

A ideia de levar o cinema às escolas surgiu precisamente do facto de Graça Lobo ter sido professora do ensino secundário durante cerca de vinte anos. Em paralelo, esteve sempre associada às iniciativas promovidas pelo Cineclube de Faro, pelo que pensou em criar um programa que permitisse aos alunos ter uma relação mais estreita com a sétima arte. Na sua opinião, era importante que os estudantes do ensino básico e secundário pudessem conhecer a linguagem do cinema e que isso lhes permitisse ter outra visão do mundo.

No âmbito deste plano, depois de visualizarem o filme, os alunos preenchem uma ficha. Mais tarde, durante uma aula, os jovens estudantes analisam e fazem trabalhos sobre os filmes que viram.

Entre os filmes sugeridos pelo plano constam, por exemplo, “Aniki Bóbó”, de Manoel de Oliveira, “O garoto de Charlot”, de Charlie Chaplin, “Serenata à Chuva”, de Stanley Donen e “Eduardo Mãos de Tesoura” de Tim Burton.

NC/JA

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