PS acusa Governo de querer assustar os portugueses

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António José Seguro acusa o Governo de só ameaçar os portugueses em vez de debater antes, como é sua obrigação, as medidas que pensa aplicar.

“O governo tem sido pródigo nos últimos tempos em revelar várias coisas, mas seria importante não assustar os portugueses com mais medidas de austeridade”, disse ontem o líder do Partido Socialista António José Seguro.

“O governo comprometeu-se a revelar um estudo no Parlamento e, em vez de ameaçar os portugueses, a sua obrigação era divulgar o estudo para que nos possamos pronunciar”, frisou o secretário-geral do PS, na conferência de imprensa que deu juntamente com o seu congénere espanhol.

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Seguro respondia a uma pergunta sobre o último anúncio do Governo de Passos Coelho acerca da diminuição dos valores pagos aos trabalhadores em caso de despedimento. A ideia do Executivo, baseada num estudo do Minsitério da Economia, é baixar, a partir de novembro, para 7 a 13 dias por cada ano de trabalho a incidência do cálculo das indemnizações.

“Se a medida for para além da troika a nossa posição é de princípio. É necessário procedermos à consolidação das contas públicas, mas devemos dar prioridade à economia e ao crescimento”.

Concertação Social ameaçada

Quanto à ameaça feita pela UGT de romper o acordo de concertação social, tendo em conta que o Governo “está a faltar ao prometido”, Seguro adiantou já ter falado com o secretário-geral João Proença, e reafirmou que o PS respeita a autonomia do sindicalismo em Portugal. Mas é importante que o governo tem de perceber que “tem de mudar de caminho”.

“É importante realçar que o governo português está a ficar isolado. Rejeitou o ato adicional sobre crescimento e emprego que o PS propôs e o líder da UGT queixa-se agora, precisamente, desses temas que constam do acordo de concertação social e não estão a ser concretizados”, acrescentou.

Questionado sobre o artigo que saiu ontem no “Financial Times”, disse que o país precisa de um primeiro-ministro com mais confiança na sua receita. “O que temos assistido é a um primeiro-ministro que já nem na sua receita acredita, não resolve os problemas agrava-os”, afirmou.

E referiu como um dos exemplos do agravamento da situação é os indicadores sobre a recessão e o desemprego que “são hoje substancialmente diferentes do que o governo previa em outubro, quando apresentou o orçamento”.

O secretário-geral do PS disse ainda que as mais recentes posições do primeiro-ministro demonstram que este ” já perdeu a confiança na receita que o seu Governo está a aplicar e que os maus resultados são bem visíveis”.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, escreveu que quem duvida que Portugal vai regressar aos mercados internacionais em setembro de 2013 está enganado, mas adianta que pode não haver garantias.

Luísa Meireles (Rede Expresso)
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