PS/Algarve celebra 50 anos do partido com homenagem a Manuel Cabanas

“Aquilo que marcou a vida do Manuel Cabanas é motivo para nos inspirar nos dias de hoje"

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O Partido Socialista celebra esta quarta-feira, dia 19 de abril, 50 anos de existência, assinalados no Algarve com uma romaria ao cemitério de Cacela Velha e uma homenagem a Manuel Cabanas, um dos fundadores.

Para assinalar o 50.º aniversário do Partido Socialista, várias personalidades políticas dirigiram-se ao cemitério de Cacela Velha, no concelho de Vila Real de Santo António, onde está sepultado um dos fundadores, Manuel Cabanas.

Álvaro Araújo

Em frente à sua campa, com a bandeira do partido, o presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Álvaro Araújo, destacou Manuel Cabanas, que “apesar de ser humilde”, era “um grande homem”.

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“Hoje o grande partido da democracia faz 50 anos e na sua génese esteve um grande homem. Temos de transmitir aos jovens a mensagem de que nunca nos devemos esquecer que hoje somos o que somos e estamos onde estamos graças a grandes homens que, mesmo humildes, são grandes. Mesmo morrendo, eles serão eternos”, disse.

Já o presidente da Concelhia do Partido Socialista de Vila Real de Santo António, João Reis, salientou “o sorriso com que ele sempre nos recebia na sua galeria”.

“Eu era miúdo e jogava à bola na Praça Marquês de Pombal, o que fazia com que as visitas à sua galeria fossem constantes. Recebia-nos sempre com um sorriso, sempre amável e chegava-nos a mostrar como é que fazia os seus trabalhos”, conta.

João Reis recorda ainda que, anos mais tarde, Manuel Cabanas foi membro da lista do Partido Socialista à Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António, ao lado do pai do presidente da Concelhia, António Reis, que foi o primeiro presidente da autarquia vilarrealense após o 25 de Abril de 1974.

“Estas são as duas imagens que eu tenho do nosso mestre”, conclui.

João Reis

Luís Graça, presidente da Federação do Partido Socialista do Algarve, considera que 19 de abril “é um dia de esperança para os socialistas”.

“Celebramos a esperança de um conjunto de homens e de mulheres, que há 50 anos atrás se juntaram na Alemanha”, disse.

O socialista recorda que praticamente um ano antes da Revolução dos Cravos, Mário Soares foi preparando o Partido Socialista “para estar pronto a disputar as eleições que vieram a seguir e para construir a liberdade nesse último folgo do fascismo. Hoje estamos aqui também por isso, porque aprendemos com Mário Soares a dimensão da esperança”.

Sobre Manuel Cabanas, Luís Graça relembra que era “um republicano, um antifascista e um democrata”, características que considera que não estão em desuso, apesar de muito pensarem que sim.

“Aquilo que marcou a vida do Manuel Cabanas é motivo para nos inspirar nos dias de hoje, porque a luta da sua vida é a luta da nossa vida. Hoje temos pela frente também, não só em Portugal como na Europa e no Mundo, uma luta de novo pela liberdade, pela democracia e pela solidariedade”, acrescenta.

Para Luís Graça, Manuel Cabanas era um “homem simples” que “só nos pode inspirar”.

Sobre o Partido Socialista, refere que “é também um partido do povo. O Partido Socialista acredita que o Estado tem um dever de amparar aqueles que têm menos capacidades, porque o partido não acredita nessa ideia da direita neoliberal de que só dependemos de cada um de nós para vencer”.

“Não é verdade, porque alguns, no momento em que nascem, partem já com muitos metros, senão quilómetros, de vantagem perante aqueles que nascem num berço mais humilde, mais pobre e sem instrução. Foi também por isso que Mário Soares criou o Partido Socialista”, disse.

O seu discurso terminou com um agradecimento “a todos os socialistas que nestes 50 anos contribuíram para a dinamização do Partido Socialista” e que o utilizaram “para fomentar a ideia de um Portugal livre e democrático, para fomentar a ideia da criação da Região Administrativa do Algarve, para desenvolver a nossa terra e para construirmos uma comunidade mais justa e socialmente mais coesa”.

Luís Filipe Madeira, João Cravinho, Maria Barroso, João Soares, José Apolinário e Jamila Madeira foram alguns dos nomes de socialistas também destacados.

“Fazer da vida de Manuel Cabanas um exemplo da nossa vida política, pela liberdade, por uma sociedade mais justa, mais democrata e de nunca esquecermos que o PS existe para o povo, para governar pelo povo e com o povo”, conclui.

Por fim, com a participação do presidente da Liga dos Amigos do Mestre Manuel Cabanas, João Caldeira Romão, foi colocada uma coroa de flores na campa do antigo fundador algarvio do Partido Socialista.

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