REFLEXÕES URBANAS

O que vem fazer a IBM a Faro

 

 

A IBM Internacional esteve em Faro há um mês com o intuito de estudar as potencialidades da cidade em relação ao mar próximo, em relação à Ria. A IBM virá Faro fazer esse estudo. Muitos espíritos interrogam-se sobre o papel da IBM neste capítulo. Sobre um papel, dizem, que poderia ser desenvolvido internamente por gente de Faro. Na ocasião tornei explícito porque apoiava a vinda da IBM. Disse então que não havia sido possível construir um cluster local que substituisse a IBM. Hoje penso que se deve ir mais longe e que se deve explicar o que efectivamente a IBM vem cá fazer. A IBM, a gente de Faro que sabe sobre o mar, a Ria, são coisas diferentes. A gente de Faro pode ter ideias sobre a matéria, mas não é a mesma coisa. A IBM é um grande banco de dados, que transforma todo o hardware que lá introduzirmos em software. O que nos remete para a história do computador como arsenal de dados que depois de tratados são transformados em respostas que no futuro serão extremamente úteis. Ora o que sabemos sobre o mar, a Ria, não passam de células isoladas desse hardware que a IBM transforma em software, em inteligência futura. A IBM precisa da gente de Faro que saiba sobre o mar, sobre a Ria. Mas evidente a IBM não se limita a arquivar isso. Vai mais longe. Define segmentos desse saber, transforma-os em produtos, em serviços. Estabelece uma estratégia com base nesse saber. Faro ficará a saber como pode actuar nesse domínio. Como montar o sistema, monotorizá-lo. Coisa que o talento local não tem meios para o fazer. Daí a razão porque a IBM virá a Faro. Porque aplaudo a vinda da IBM. As boas ideias podem existir, constituir-se, nos cérebros dos talentos existentes na cidade, mas por falta de enquadramento, de evolução sistemática, muitas acabam por perder-se, por morrer. A IBM representa mais que o somatório desse dados. Recolhe-os, organiza-os em sistema de informação, de programação. Mais. Põe de parte a ideias inadequadas, fazendo-as passar por um crivo de sustentabilidade, de credibilidade. Mark Twain, o célebre contador de histórias norte-americano, afirmava que há oportunidades que por vários motivos o deixam de ser. Esse efectivamente o trabalho da IBM, o de poeirar, fomentar, sistemas de informação que sejam altamente eficientes, credíveis, que permitam performances altamente adequadas.

Viegas Gomes

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