Remate certeiro: António Costa anda a pregar aos peixes

António Costa anda a pregar aos peixes apesar de elogiar o comportamento da malta. Também não temos visto o Presidente da Região de Turismo a falar sobre a restauração

Mapeando Portugal de alto abaixo, em relação à comunicação de António Costa, no último sábado, concluímos que o Algarve, sempre a ferro e fogo das más-línguas, ainda é, no que à pandemia diz respeito, uma das pontas menos severas dos País e oxalá se mantenha esse navegar a favor do vento, apesar da forma errada como temos vindo a comunicar, também os órgãos da comunicação social, em relação à oportunidade da informação.


No mesmo dia em que António Costa voltou a falar ao País, após mais uma reunião de Conselho e Ministros, mas algumas horas antes, a senhora Ministra da Saúde era entrevistada pela SIC, canal que respeitamos e que tem uma pleia de profissionais e entre eles muita gente jovem, com muito valor.


No entanto, faltou alguma actualidade à entrevista, com o surrealismo, de que logo a seguir e durante as notícias, a SIC trazer para o grande ecrã algumas questões relacionadas com os mais prementes problemas da saúde e que mereciam a oportunidade de se ouvir a senhora Ministra sobre este tremendo espólio da saúde, que carregamos cada vez com maiores dificuldades.


Apesar dos constantes apelos de António Costa, diga-se, por enquanto de forma diplomática, apesar do endurecer das medidas, um pouco por todo o país, milhares de portugueses metem a viola no saco, como se o Primeiro-Ministro andasse a pregar aos peixes.


É o facto, que por mais que se enalteça o cordel legislativo cada vez mais cheio de nós, onde alguns partidos políticos perderam o norte, como se fosse avençados dos portugueses, quando deve assumir as responsabilidades que lhes cabem, para que não se faça da democracia um verbo de encher, na defesa dos seus interesses, como se os desígnios do País, fosse uma coisa que viesse a seguir.


Por um lado, ser defensor da classe médica, dos enfermeiros, de todos aqueles que estão na primeira fila no combate à pandemia, e depois, mesmo que apareça uma virgula na lei a abrir uma janela, permitindo a realização do congresso do PCP, é aumentar a pressão sobre os hospitais, fragilizando os que mais sofrem. E por outro lado, a posição de outros que votando contra ou se abstendo, em relação ao Estado de Emergência, é um acto de desrespeito pelos portugueses.


Porque uma coisa é combater a severidade das medidas, como acontece em relação aos restaurantes e estamos a pensar no Algarve, outra coisa é deixar cair a nódoa em cima de um pano limpo, como é o Estado de Emergência.


Todos sabemos que o problema é económico, mas nós também sentimos, que não tem nem pés, nem cabeça, um restaurante estar aberto das 12.00 às 13.00. Aliás, devia ser lindo, se o restaurante da Assembleia da República abrisse com esse horário.


Um restaurante que abra às 12.00 e encerre às 13.00, nem tem tempo para aquecer a água, logo, estamos perante uma decisão inquinada, cruel, quando existem por aí muitos outros rastilhos, com curto cordão detonante e emoldurados por trotil que desencadeiam perigos muitos maiores, como montanhas de pessoas todas juntas, sem máscaras, entupidos de cervejas, sem o olhar ou intervenção das forças de segurança.


Todos sabemos, e já o escrevemos por várias vezes, que não existe um polícia por cada cidadão, mas este é o momento de um maior e mais eficaz policiamento de proximidade, para que o Primeiro-Ministro António Costa, não ande a pregar aos peixes.


O Presidente da Região de Turismo tem que estar mais perto dos dramas da restauração

Manifestação da restauração em Faro
Os empresários protestaram contra as medidas impostas pelo Governo


A restauração no Algarve tem um peso brutal na económica da Região, mas não pode ser uma espécie de parente pobre, isto, porque não temos visto, ou então as televisões não o têm encontrado, o Presidente da Região de Turismo do Algarve junto deste caudal importante da nossa economia, que qualquer dia, nem ganham para lavar as panelas, E só não falamos em lavar os tachos, para não sermos mal interpretados.


É por essas razões e por outras, que por vezes é um erro sermos todos da mesma família, o que nos inibe de olharmos de frente ao boi, sem que ninguém se aleije.


Volto ao António Costa, que creio estar desejoso que aconteçam as eleições presidenciais, para fazer mudanças no governo, para sublinhar que não tem tido vida fácil, e desta forma manifestarmos a posição que sempre assumimos, pelos longos anos que nos temos cruzado sob o manifesto da amizade, do respeito e da cordialidade, acreditando que levará a nau a bom porto, apesar do incomodo de algumas negociações por causa do orçamento, mas que a engenharia económica de um País tão dependente de Bruxelas, não se pode dar ao luxo de cair nos equívocos de meninos birrentos e ele sabe, que também os tem no Largo do Rato.


Continuamos a ignorar os perigos da pandemia, sem acolhermos em cada um de nós, que estamos acorrentados a cada vez mais, e a maiores fragilidades humanas.


Tudo parece cada vez mais estranho, de um País e de um mundo tornado quase irreal, cheio de fronteiras impensadas, de estranhos toques de recolher, como se anunciasse um ataque aéreo e nós mesmo assim, a não percebermos que nessas ocasiões todos temos telhados de vidro.


Por isso aos problemas cada vez mais reais de uma economia fragilizada, do desemprego, da mão negra a cair sobre os idosos, de crianças mal alimentadas, de gente abandonada pela vacina da gripe, caiem agora sobre nós os problemas psicológicos paridos nos ventres dos medos, que são cada vez mais gritantes numa teia que não prende apenas os mais velhos, antes já nem escolhe idades e onde a corrida aos antidepressivos é galopante.


Existe um silêncio perturbador, de loucura, que nos restauram náuseas nunca sentidas, que nos confundem, nos assustam e até estranhamos quando nos batem à porta, de tal forma, que antes respondíamos: – quem é que entre – agora ficamos apavorados no silêncio.


O medo de não lavar as mãos, de não usar máscara, de não ter tomado a vacina da gripe, de ver pessoal acotovelado uns em cima dos outros, sobretudo jovens, sem que exista uma reação, de sairmos de casa, de não nos encontrarmos com amigos e familiares, de começarmos a falar sozinhos.


O medo de ir ao médico, ao hospital, à farmácia, ao mercado, ao talho, ao café, à mercearia da esquina.


Entretanto o encosto, há quem lhe chame aproximação do PSD ao CHEGA tem várias leituras, mas existe uma que tem sido apregoada por alguns profetas da desgraça, quando a interpretam com iguais às posições assumidas pelo PS em relação ao PCP e ao BE.


Claro que é uma visão disparatada, mesmo sabendo que em todas as misturas existem santos e pecadores, embora não suscitem dúvidas que o CHEGA não cabe nos anais da democracia e pelo que prega André Ventura, jamais, apesar das cambalhotas que o mundo dá de quando em vez…


E esta aproximação, irá comprovar, no dia em que se avaliar os problemas psicológicos das populações em relação a estas desonestas e incrédulas relações, como se faz no que se refere à pandemia, os resultados serão terríveis, porque assentam nos dossiers dos medos.

Corremos o risco de assombramos a democracia e os restaurante do Algarve, não podem continuar a pagar a fatura


Corremos o risco de assombrar a democracia, que no fundo, sendo a soma dos tais santos e pecadores, é o fruto de que não existem democracias perfeitas, sendo chocante, mesmo em lume brando, cozinhar uma democracia que tenha como ingredientes o PSD e o CHEGA, onde à primeira fervura ficará tudo acoalhado e nauseante.


Depois, os nossos olhos e os nossos ouvidos, são os maiores consumidores das notícias que navegam empurradas pelos chicotes das redações, porque mesmo agora, quando se completa um ano sobre o primeiro caso de coronavírus no mundo, continuamos confinados a uma informação que no mesmo dia, apesar de ser a mesma, é sempre diferente, o que mais nos atrapalha e nos confunde.


Hoje o congresso do PCP, depois a desistência do CHEGA em se reunir, depois a questão do hidrogénio, ontem Tancos, no mesmo dia a TAP, o BPN, o Banco Novo, a seguir os Hospitais de Campanha, no outro dia as medidas duras do governo que ninguém cumpre, no outro as vacinas contra a pandemia, e para que serve cada uma delas, depois a falta de camas nos hospitais, quando não existem gente para tratar dos doentes e até se diz, desde Londres, deve ser a brincar, que o Príncipe Carlos já fez o testamento a favor da Rainha Mãe.

Só falta o ciclo dos leitores, qualquer matutino ou dos muitos concursos televisivos ou radiofónicos, anunciar a oferta de uma vacina, para quem comprar um livro, um jornal ou uma parta de dentes.


E tudo isso, quer dizer, que também existe um Nero em cada um de nós, mesmo sabendo que todos os caminhos vão dar a Roma.


Por favor não abusem, por que é intolerável, vergonhoso, o que se assiste num estranho tudo à balda, e que se regresse o mais breve possível a um horário menos gravoso em relação aos restaurante, porque o Algarve não pode levar a vida inteira a pagar a fatura.

Neto Gomes

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