Risco de bancarrota aumenta em Espanha

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Risco de default da dívida espanhola sobe para quase 24% no final de quinta-feira. Juros das obrigações espanholas a 2 anos são dos que mais subiram na zona euro.

O contágio grego ao resto dos “periféricos”, a ideia que se começa a disseminar entre os investidores da eminência de um “acidente financeiro” na Grécia com efeito sistémico em todos os membros da zona euro, não tem estado a poupar o nosso vizinho.

O preço dos credit default swaps (seguros financeiros contra o risco de incumprimento de uma dívida, neste caso, soberana) disparou esta quinta-feira para o caso espanhol. Tendo aberto em 285,99 pontos base (pb) fechou em 301,49 pb, um nível similar ao da Islândia, que recentemente re-entrou no mercado e no “clube” da bancarrota (onde está em 8º lugar). A probabilidade de default disparou de 22,81% para 23,90% e o país subiu para o 9º lugar no referido clube.

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As yields (juros implícitos) das obrigações espanholas (OE) no mercado secundário estiveram em alta também. Os juros das OE com maturidades a 2 anos foram dos que mais subiram hoje no conjunto dos países da zona euro; apenas os juros das obrigações do Tesouro a 2 anos subiram mais.

Juros a 10 anos perto de máximo

Os valores de fecho das yields das OE foram os seguintes: 3,59% para a maturidade a 2 anos; 4,25% para os 3 anos; 4,85% para os 5 anos; e 5,63% para os 10 anos.

Nenhum destes valores marca novo máximo histórico em termos de valores de fecho. Nos juros das OE a 2 anos o máximo está em 4,76% atingido em 13/06/2008; nos juros das OE a 3 anos fixou-se nos 4,874% em 17/06/2008; nos juros das OE a 5 anos atingiu os 4,949% em 19/06/2008; e nos juros a 10 anos o máximo foi alcançado, recentemente, em 10/06/2011 com 5,658%. Tendo em conta estes máximos, verifica-se já alguma “proximidade” nos casos dos juros das OE a 3 e a 10 anos.

Estes níveis de juros e de risco estão, ainda, muito longe dos atingidos pela Grécia, Portugal ou Irlanda, mas revelam que Espanha surge como um quarto membro da zona euro, ainda que distanciado por ora, incluído no “cabaz” dos em situação crítica. A imagem de que Espanha teria “descolado” do “clube” parece estar em causa.

Trambolhão na bolsa em Madrid

A bolsa espanhola refletiu esta situação. O IBEX 35 – o índice bolsista – fechou com perdas de 2,77%, um míni-crash, tendo descido abaixo dos 10.000 pontos. Entre os grandes da bolsa as caídas andaram no mesmo ritmo geral: BBVA caiu 5,46%, Santander 4,79%, Sacyr Vallehermoso 4,78%, Acciona 4,54%, Mediaset 3,98%, Gamesa 3,74%, Iberdrola 2,72%, Repsol 2% e Telefónica 1,96%.

JA/Rede Expresso
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