Satélite deteta movimento em reator nuclear norte-coreano

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Reator nuclear desativado em 2007 na sequência de acordos internacionais já está a ser novamente utilizado pela Coreia do Norte. Tensões entre vizinhos coreanos e entre os EUA continuam a escalar.

Reator nuclear de Yongbyon foi reativado

A Coreia do Norte já deu início às obras no seu reator nuclear de Yongbyon, após ter anunciado, esta semana, que iria reiniciar a sua atividade, mostram imagens de satélite difundidas hoje pelo Instituto Estados Unidos-Coreia no seu portal eletrónico.

O ‘think tank’, da Universidade Johns Hopkins, de Washington, indica na sua página na Internet que as obras de restauração podem ter como objetivo o reinício da atividade no reator, desativado em 2007, na sequência de um acordo firmado no âmbito das conversações a seis com vista à desnuclearização de Pyongyang.

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Além disso, o instituto observa que as obras começaram entre meados e fevereiro e finais de março e que o complexo de Yongbyon poderá estar operacional “dentro de semanas, em vez de meses”, como se pensava inicialmente.

No âmbito da campanha de ameaças que o regime norte-coreano tem lançado ao longo do último mês, Pyongyang anunciou, na terça-feira, que irá reativar todas as instalações nucleares, incluindo o reator atómico em Yongbyon, localizado no noroeste do país.

As imagens de satélite, recolhidas pela empresa DigitalGlobe a 27 de março, mostram, segundo o instituto, “escavações” que podem estar relacionadas com a substituição de componentes do “circuito de refrigeração secundário”.

O instituto explica que “um passo chave nesse processo [de reativação] passaria precisamente pela restauração desse circuito de refrigeração secundário desativado”, pelo que o complexo de Yongbyon poderá estar em funcionamento dentro de semanas.

Após as sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte na sequência do ensaio nuclear realizado em fevereiro, o regime de Kim Jong-un endureceu a sua tradicional retórica belicista e tem lançado uma série de graves ameaças contra Washington e Seul.

Hoje mesmo, o Exército norte-coreano assegurou estar preparado para atacar “com meios nucleares” tanto os Estados Unidos como a Coreia do Sul.

Pyongyang ameaça retirar os 53 mil trabalhadores norte-coreanos do complexo de Kaesong

A Coreia do Norte ameaçou hoje retirar os seus 53 mil trabalhadores e encerrar o complexo industrial de Kaesong, um dia depois de ter iniciado um bloqueio
aos funcionários sul-coreanos.

Um porta-voz do comité estatal norte-coreano para a Reunificação Pacífica da Coreia afirmou estar a reagir às declarações proferidas, esta quarta-feira, pelo ministro da Defesa sul-coreano que informou possuir um plano de contingência “militar” delineado para garantir a segurança dos sul-coreanos que trabalham no complexo.

“Se as ‘marionetas’ sul-coreanas e meios de comunicação conservadores continuarem a denegrir-nos, iremos ordenar a todos os nossos trabalhadores que abandonem Kaesong”, advertiu o porta-voz, citado pela agência oficial norte-coreana KCNA.

“O encerramento total do complexo poder-se-á tornar realidade”, frisou.

Os cerca de 53.000 norte-coreanos trabalham para as mais de 120 fábricas sul-coreanas do parque, o qual serve como uma fonte crucial de divisas para o Estado empobrecido da Coreia do Norte e reduz a dependência de Pyongyang em relação à China.

Kaesong foi escolhido para combinar a tecnologia e experiência da Coreia do Sul com a gestão a baixo custo da Coreia do Norte e é uma zona teoricamente desmilitarizada, mas fortemente armada e vigiada.

O complexo tem um volume de negócios equivalente a cerca de 1,5 mil milhões de euros, e tem funcionado sempre, apesar das repetidas crises entre os dois países.

Na quarta-feira, Pyongyang informou Seul da sua decisão de suspender o movimento diário de sul-coreanos para o complexo industrial, sem especificar, no entanto, quanto tempo irá durar o bloqueio.

JA|RedeExpresso

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