Sete em cada 10 pessoas protegidas com pelo menos uma medida antitabaco

Todos os anos, cerca de 1,3 milhões de pessoas morrem devido ao fumo passivo

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Mais de 70% da população mundial está protegida com pelo menos uma medida de controlo do tabaco, cinco vezes mais do que em 2007, indica um relatório publicado esta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Nos últimos 15 anos, desde que as medidas de controlo do tabaco MPOWER da OMS foram introduzidas globalmente, as taxas de tabagismo caíram. Sem este declínio, estima-se que houvesse mais 300 milhões de fumadores no mundo de hoje”, refere o documento apoiado pela Bloomberg Philanthropies.

As medidas previstas na Convenção Quadro para o Controlo do Tabaco da OMS são conhecidas por MPOWER e assentam nas estratégias de monitorizar o consumo e as políticas de prevenção, proteger as pessoas do fumo, oferecer ajuda para deixar de fumar, alertar para os perigos do tabaco, impor proibições à publicidade, promoção e patrocínio do tabaco e aumentar os impostos sobre esse produto.

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De acordo com a organização, cerca de 5,6 mil milhões de pessoas estão agora protegidas com pelo menos uma política de boas práticas para “ajudar a salvar vidas do tabaco mortal”, como a proteção contra o fumo passivo.

No entanto, em 2022, 44 países ainda não tinham adotado uma única medida prevista na iniciativa MPOWER ao nível das melhores práticas, o que significa que “2,3 mil milhões de pessoas estão vulneráveis aos malefícios do tabaco”.

O relatório sobre a “epidemia global do tabaco” indica ainda que mais dois países – Maurícias e Países Baixos – atingiram o nível de melhores práticas em todas as medidas MPOWER, um feito que apenas o Brasil e Turquia tinham alcançado até agora.

Esses dados mostram que “lenta, mas seguramente, cada vez mais pessoas estão a ser protegidas dos malefícios do tabaco pelas políticas de melhores práticas baseadas em evidências da OMS”, salientou diretor-geral da OMS.

“Felicito as Maurícias por se terem tornado o primeiro país de África e os Países Baixos por se terem tornado o primeiro da União Europeia a implementar o pacote completo de políticas de controlo do tabaco da OMS ao mais alto nível”, adiantou ainda Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Oito países estão a apenas uma política de se juntarem aos líderes no controlo do tabaco: Etiópia, Irão, Irlanda, Jordânia, Madagáscar, México, Nova Zelândia e Espanha, indica o documento.

Segundo a OMS, os locais públicos interiores, os locais de trabalho e os transportes públicos totalmente livres de fumo abrangem agora 2,1 mil milhões de pessoas que vivem em 74 países, um aumento de sete vezes desde 2007, e que significa que os ambientes sem fumo constituem a segunda medida MPOWER mais adotada pelos países abrangidos.

“A OMS insta todos os países a implementarem todas as medidas MPOWER ao nível das melhores práticas para combater a epidemia do tabaco, que mata 8,7 milhões de pessoas em todo o mundo, e a repelir as indústrias do tabaco e da nicotina, que fazem `lobby´ contra estas medidas de saúde pública”, adiantou Ruediger Krech, diretor da OMS para a Promoção da Saúde. 

Todos os anos, cerca de 1,3 milhões de pessoas morrem devido ao fumo passivo, refere a OMS, ao alertar que as pessoas expostas ao fumo do tabaco correm o risco de morrer de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, doenças respiratórias, diabetes tipo 2 e cancro.

“Este relatório demonstra que todos os países, independentemente dos níveis de rendimento, podem reduzir a procura de tabaco, obter grandes ganhos para a saúde pública e poupar às economias milhares de milhões de dólares em cuidados de saúde e custos de produtividade”, sublinhou a organização.

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