Uma ação judicial interposta em Londres conseguiu obrigar a companhia Shell a assumir as responsabilidades em dois grandes derrames de petróleo na Nigéria, que levaram à destruição de uma comunidade na região de Ogoniland, com 69 mil habitantes, e que levará mais de 20 anos a ser limpa.
Segundo o The Guardian, a multinacional aceitou as responsabilidades nas duas ruturas do oleoduto Bodo-Bonny, durante as quais foram derramados 120 mil barris de petróleo por dia.
Até agora, a Shell apenas admitia que tinham sido derramados 40 mil barris no total, mas a análise de peritos a imagens vídeo dos derrames concluíram que, os dois juntos, podem ser equivalente ao desastre do petroleiro Exxon Valdez, que em 1989 derramou 10 milhões de barris para o mar e destruiu parte da costa do Alasca.
Desde os desastres, em 2008, a Shell não tentou limpar os petróleo derramado, que se infiltrou nos solos e nos aquíferos da região, inviabilizando a prática da agricultura. De acordo com os locais, a Shell limitou-se a oferecer 3500 libras estrelinas e 50 sacos de arroz, 50 de feijão e algumas caixas de açucar, tomate e óleo de amendoim.
Já em 1994 os habitantes de Ogoniland, pequena região no delta do Níger, se revoltaram contra a poluição provocada pela Shell, mas seis dos seus líderes acabaram por ser executados pelo governo central.