Sol, praia e rio são prioritários para turismo na Eurocidade do Guadiana

“Nas prioridades dos produtos turísticos, para além do sol e praia, o rio Guadiana, como um produto estratégico, é considerado prioritário”

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O sol, a praia e o rio Guadiana são os elementos “prioritários” do plano estratégico de turismo da Eurocidade do Guadiana, apresentado na Feira Internacional de Turismo (Fitur) de Madrid, disse um membro da comissão diretiva da eurocidade.

Ricardo Cipriano, que apresentou o plano na feira madrilena, explicou que o plano foi elaborado com base num estudo das universidades do Algarve e de Huelva e identifica os eixos estratégicos e de atuação para promover um território transfronteiriço luso-espanhol, que engloba também os municípios de Castro Marim e de Ayamonte (Espanha).

“Este plano tem um horizonte temporal de cinco anos, a iniciar agora em 2023 e a terminar em 2027, tem 14 objetivos estratégicos e nove eixos fundamentais de atuação”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, após finalizar a apresentação na Fitur.

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A mesma fonte precisou que, “para além da promoção e da estruturação do produto [turístico] deste território comum, que é um dos eixos”, o plano inclui “também a parte da governança da eurocidade, aquilo que é a sustentabilidade do território, uma política de mobilidade conjunta e também políticas de empregabilidade e de qualificação da oferta”.

“Com toda esta realidade conjunta que nós temos, vamos criar um produto turístico comum. E apresentámos também a marca Fronteira Liquida”, assinalou o vice-presidente da Câmara algarvia, numa referência à importância que o rio Guadiana tem para a promoção turística deste três municípios do baixo Guadiana.

Com a apresentação da estratégia turística, a eurocidade do Guadiana “está a posicionar-se” também para obter financiamentos através dos quadros comunitários de apoio, como o programa de cooperação transfronteiriça Interreg Espanha-Portugal (POCTEP 2021-2027), acrescentou.

“Nas prioridades dos produtos turísticos, para além do sol e praia, o rio Guadiana, como um produto estratégico, é considerado prioritário”, frisou Ricardo Cipriano, que integra também a comissão diretiva da eurocidade.

O presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral, que detém a presidência rotativa da eurocidade, também esteve na apresentação em Madrid, e destacou a importância de promover o território comum transfronteiriço composto pelos três municípios em eventos da dimensão da Fitur.

“Estamos numa feira que é visitada por milhões de pessoas, é uma das maiores da Europa, e apresentar a eurocidade nesta feira tem alguma repercussão”, afirmou o autarca algarvio, frisando que “os três municípios funcionam como um só, ficam numa zona central e estratégica importante, situada no meio do Algarve e da Andaluzia”, comunidade autónoma espanhola na qual está inserida Ayamonte.

Francisco Amaral apontou como “fatores muito positivos” para o turismo a “tranquilidade, a calma e a segurança” que se vive no território da eurocidade, onde também “o clima, as praias e o património histórico, cultural, arquitetónico e ambiental” se constituem como elementos de atração, que devem ser valorizados e aos quais se junta uma “rica oferta hoteleira e gastronómica”.

O autarca fez ainda um balanço positivo do trabalho realizado até agora pela eurocidade do Guadiana, onde disse haver “um sentimento único comum, uma unidade territorial, com as suas diferenças”, considerando que a presença na Fitur é a “melhor maneira de promover” as potencialidades turísticas da zona.

“Todos os instrumentos de cooperação transfronteiriça passam por uma dificuldade, que é compatibilizar a legislação portuguesa com a espanhola, estivemos anos com isso, neste momento foram ultrapassados os obstáculos e, com este plano estratégico, estão criadas as condições para isto funcionar e avançar no terreno”, disse ainda o autarca.

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1 COMENTÁRIO

  1. Que me perdoem os que, com o argumento economicista do turismo, devassam (não tenho outro termo) algumas zonas públicas, que deveriam ser mantidas na sua integridade natural, para fruição dos que, verdadeiramente, amam a Natureza – de todos, afinal, e não só dos que têm capacidade de pagar esse turismo –, porque, no fundo, bem no fundo, estes projectos apelidados de “turismo” não passam de um pretexto eufemístico e encapotado de gerar mais e mais euros, em que tudo passou a ter o seu preço, está à venda e nada já é sagrado, perante a fúria desencabrestada, desenfreada e impune do capital, que nada já respeita.

    Por este andar e com este argumentário, também a nossa jóia do belíssimo PARQUE NATURAL DO SUDOESTE ALENTEJANO E COSTA VICENTINA, a última zona virgem da Europa (!) acabará, inevitavelmente, por soçobrar e vir a ser estuprada por interesses obscuros e poderosos, que acabarão por fazer daquele paraíso um pasto das suas ambições, servindo-se de uma Justiça formalista, que descarta a substância das causas, mercê dos infindos “alçapões” com que protela os processos, filha inerme do Direito Romano, aliado dos poderosos – Direito que nada tem a ver com o pragmático, expedito e progressivo Direito Anglo-Saxónico (ou “Common Law”).

    É um pouco o que se está a passar na Herdade da Comenda, sita no PARQUE NATURAL DA SERRA DA ARRÁBIDA, onde privados endinheirados impõem a lei do poder do capital sobre o direito dos Setubalenses, que sempre utilizaram aqueles espaços públicos, cujo acesso os novos senhores agora barram, passando sobre a própria Câmara Municipal de Setúbal.
    Mais grave ainda : fecharam zonas pedonais essenciais para acesso aos bombeiros, no caso em que haja a necessidade urgente de combater algum eventual incêndio naquela jóia, que é a SERRA DA ARRÁBIDA.

    O único argumento apresentado por estes senhores é o de que tudo está em fase de resolução na Justiça, uma Justiça que, como todos sabemos, é inócua, totalmente inócua e manejada, a bel-prazer, pelos bons (e caros) advogados contratados, que a conhecem, por dentro e esgrimem habilmente todos os formalismos da mesma, como sejam recorrências sem fim e outros expedientes, até à prescrição final.

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