Tão bom jogador quanto cidadão solidário!

A completar 33 anos em Julho próximo, Gareth Bale, anunciou em carta aberta aos seus inúmeros fãs que deixou o Real Madrid, nove anos depois de se ter ligado aos madrilenos.
Galês de nascimento, iniciou a sua carreira ao serviço do Southampton, de Inglaterra, com a idade de dezassete anos, estreando-se na equipa principal com vitória diante do Millwall por 2-0, tornando-se no segundo jogador mais jovem da história do clube a debutar.
Considerado como o Jogador Jovem do Ano da liga em Março de 2007, quase de imediato se transferiu para o Tottenham, assinando um contrato de quatro anos, por 5 milhões, valor substancial para a altura, tendo depois renovado até 2012.
Em Abril de 2011 recebeu o prémio de melhor jogador da Premier League, começando a partir daí a merecer os olhares de outros tubarões europeus, caso do Real Madrid que, em 2013, protagonizou a transferência mais cara da história do futebol na época. Qualquer coisa como 101 milhões de euros. ‘Coisa’…pouca, afinal!
Gareth Bale, que se constituíu numa referência histórica do atual campeão de Espanha, ao apontar, na época de 2019, o seu 100º golo ao serviço dos merengues, tendo no final da sua ligação acrescentado mais seis, num total de 250 jogos, tendo ajudado a erigir 15 troféus, incluíndo cinco da Liga dos Campeões, enquanto que também o melhor marcador da seleção do País de Gales.
Agora, retornado do Tottenham, Bale, pouco atuou com Carlos Ancelotti, apenas em sete partidas, tendo apontado apenas um golo.
Com a saída definitiva anunciada do Real Madrid, o craque, através de carta aberta, dirigida aos seus inúmeros fãs: “Escrevo esta mensagem para agradecer a todos os meus companheiros de equipa, antigos e atuais, aos meus treinadores, ao staff e aos adeptos que me apoiaram”. Bonito, bonito, a revelar gratidão.
Para historiar um pouco, o percurso: “Cheguei aqui há nove anos atrás como um jovem que queria realizar o meu sonho de jogar pelo Real Madrid. Usar o glorioso equipamento “blanco”, usar o escudo ao peito, jogar no Santiago Bernabéu, ganhar títulos e fazer parte daquilo por que é tão famoso, ganhar a Liga dos Campeões”.
E, em jeito de balanço, de forma afirmativa: “Posso olhar para trás, refletir e dizer com honestidade, que este sonho se tornou uma realidade e muito mais. Fazer parte da história deste clube e conseguir o que nós conseguimos enquanto jogador do Real Madrid, foi uma experiência incrível e que nunca esquecerei”.
Não sem que antes, ainda um evocar e um pouco mais de gratidão: “Quero também agradecer ao presidente Florentino Perez, a José Angel Sanchez e à direção por me terem dado a oportunidade de jogar por este clube. Juntos conseguimos criar alguns momentos que ficarão para sempre na história deste clube e do futebol. Foi uma honra.Obrigada. Hala Madrid”.
Despedida de um desportista de eleição, afinal de um honrado cidadão que, em tempo de celebração do jubileu de platina da Raínha Isabel II, pelos 70 anos de reinado, a monarca teve a iniciativa de atribuir as ‘honras de aniversário’ como prémio aos serviços prestados ao reino, a Gareth Bale, que foi intitulado como Membro da Excelentíssima Ordem do Império Britânico, pelo papel que desempenhou no futebol e em ações de caridade.
Bale, que revelou estar “profundamente honrado por ser reconhecido pela Raínha”, manifestou-se grato pela carreira: “Reconheço o privilégio de ter sido capaz de fazer o que amo e os muitos momentos, experiências, conquistas e memórias que o futebol me deu. Espero ter sido capaz de retribuir”. Cereja no topo do bolo, acrescentaríamos, com esta pitada de humildade!
Gareth Bale que, para além de recorrentemente contribuir para instituições de caridade, a quando do início da pandemia, terá marcado talvez que o melhor golo da sua impressionante carreira: o de ter doado mais de um milhão de euros aos hospitais. A justificadamente merecer o orgulho dos seus cinco filhos: Nava, Alba, Xander, Frank e Axel.
E é assim que, em redor e por dentro das ‘coisas’ do maior fenómeno cultural de grande magia e impacto que é o futebol, nos dias de hoje, nos aparecem ídolos. Sim, ídolos, que, pela prática ‘no terreno’ (onde tudo acontece e se resolve), na circunstância enquanto solidário, nos ensina, sendo!

Humberto Gomes
*”Embaixador para a Ética no Desporto”

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