Trabalhadores obrigados a isolamento esperam e desesperam por subsídio

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No Algarve existem centenas de pessoas que estão à espera do pagamento da Segurança Social por doença covid-19 ou por isolamento profilático, com atrasos que chegam a ser de mais de dois meses, segundo apurou o JA.

O JORNAL DO ALGARVE não teve dificuldade em encontrar uma sintomática meia-dúzia de casos paradigmáticos de um problema que, sabe o JA, se estende por largas faixas dos beneficiários da Segurança Social que estiveram obrigadas ao confinamento nos últimos meses. E que, em muitos casos, se queixam de já não terem como pagar contas atempadamente nem terem dinheiro para ir ao supermercado.

É o caso de Sandra R, que revela ao JA que está à espera do pagamento da baixa por isolamento profilático desde 4 de fevereiro, dia em que teve de ficar em casa – até ao dia 12 do mesmo mês -, por ter tido contacto com um caso positivo de covid-19.

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Até esta semana, o pagamento devido ainda não tinha sido feito. Após ter contactado a Segurança Social, uma assistente informou a fonte de que os atrasos eram de “um mês e meio, mas passaram agora a ser de dois meses”.

A fonte revela ainda que a própria assistente da Segurança Social admitiu que “existem centenas e centenas de casos” como este no Algarve”.

Um outro caso, de Filipa M, que ficou infetada com covid-19 após ter tido contacto com uma pessoa doente a 9 de fevereiro, recebeu um pagamento da Segurança Social um mês depois, e, queixa-se, com erro de processamento.

Em declarações ao JA, a fonte afirmou que recebeu um pagamento errado um mês depois de ter ficado em isolamento profilático, pois a baixa ficou registada como “normal”, ou seja, recebendo 55% do salário, enquanto deveria ter sido registada como “baixa covid”, recebendo a 100%.

Após ter detetado o erro, Filipa M. apresentou queixa à Segurança Social, mas já há duas semanas que está à espera de uma resposta e do pagamento em falta.

Já Ana R, começou o ano de 2021 em isolamento profilático, ficando fechada em casa a partir do dia 14 de janeiro, pois um familiar que reside na mesma habitação testou positivo à covid-19.

O pagamento por parte da Segurança Social foi feito um mês depois, mas, entretanto, voltou a ficar em isolamento a 9 de fevereiro, após ter contacto com uma pessoa infetada. Em relação ao pagamento deste último isolamento, o mesmo ainda não foi efetuado, mais de um mês depois.

Outro caso, de Sónia M, que esteve em isolamento profilático no início do mês de fevereiro por contacto com uma pessoa infetada, também aguarda pagamento, além do apoio à sua filha devido ao encerramento das escolas, causado pelo grande aumento de casos de covid-19 no princípio deste ano.

Por outro lado, a 16 de janeiro, após um membro da família ter ficado infetado com covid-19, Maria R realizou um teste de diagnóstico cujo resultado foi positivo. Com o pedido de baixa efetuado, o pagamento chegou aproximadamente um mês depois.

Segundo fontes do JA, existem muitos relatos semelhantes a estes exemplos, muitos deles vindos de famílias inteiras que estiveram infetadas com covid-19 e ainda não receberam o pagamento da Segurança Social, o que causou impacto na economia familiar.

Contactada pelo JA, a Segurança Social não respondeu às questões efetuadas sobre estes atrasos, requerendo em vez disso os números de Segurança Social das nossas fontes, o que, por motivos deontológicos – de preservação do anonimato de fontes, nos recusamos a solicitar às pessoas que entrevistámos.

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