Turismo de Portugal e Algarve 2030 apresentam medidas de apoio ao setor

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A anteceder o Dia Mundial do Turismo, assinalado no dia 27 de setembro, o Turismo do Algarve, o Turismo de Portugal e a CCDR do Algarve organizaram na terça-feira, dia 26 de setembro, uma sessão sobre “Investimentos e Financiamento”, onde foram apresentadas medidas de apoio financeiro do Turismo de Portugal e do Programa Algarve 2030, bem como um conjunto de projetos de sucesso no cenário turístico regional.

Foi em Faro, na sede da Região de Turismo do Algarve (RTA), que dezenas de agentes turísticos e as entidades regionais de turismo se juntaram para debater as estratégias de investimento e financiamento num setor que se queixa “do subfinanciamento, por força de uma dotação em termos de Orçamento do Estado que se mantém inalterada desde 2016”, referia André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, no início de setembro.

André Gomes, que tomou posse como presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA) em agosto, abriu a sessão “Investir em Turismo – Estratégias de Investimento e Financiamento”.

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“Neste ocasião queremos destacar a importância de apoiar os empresários do turismo, fornecendo informação essencial sobre instrumentos de financiamento disponíveis”, começou.

“Entendemos que cada negócio é único e é fundamental que os investimentos sejam feitos de forma adequada às especificidades de cada estrutura e atividade”, destacou, lembrando que o setor do turismo enfrenta “desafios crescentes” como “a necessidade de promover a sustentabilidade”, “a eficiência na utilização dos recursos”, “a digitalização” e “a gestão da sazonalidade na procura turística”. 

Para superar estes desafios e promover a competitividade em toda a cadeia de valor do turismo, André Gomes elege “o empreendedorismo e a inovação” como instrumentos “essenciais”.

André Gomes

“As portas do Turismo do Algarve estão abertas e ao serviço dos empresários e dos investidores que procuram soluções financeiras para os seus projetos”, reforçou.

“É essencial alinhar estratégias para maximizar a capacidade de competir neste ambiente tão desafiante que o nosso setor nos propicia todos os dias”, afirmou no final do seu discurso.

Criar valor sustentável no setor

Depois da intervenção do responsável da RTA, seguiu-se a explicação de Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, sobre “formas de criar valor sustentável nos negócios através de planeamento e estratégia”.

De forma a maximizar os resultados no setor, Carlos Abade enumerou quatro dimensões basilares: “inovação e diferenciação”, “sustentabilidade”, “a componente digital” e “as pessoas”, através da “valorização dos recursos humanos”.

“O Turismo é bom porque é bom para as pessoas”, acrescentou.

Ao longo da sua intervenção saudou ainda os hoteleiros e empresários do turismo “pelos resultados deste ano” no setor, “com os melhores sete meses em proveitos e hóspedes”, observou, afirmando que o Algarve continua a contribuir “de forma positiva e pesada” para a economia nacional.

Carlos Abade

Para terminar, salientou a importância da “responsabilidade de contribuir para o crescimento sustentável e inteligente do setor” e a obtenção de uma “maior produtividade na aplicação de recursos”.

Apoio às empresas para qualificar e inovar

Os instrumentos financeiros de apoio às empresas foram apresentados por Miguel Mendes (Turismo de Portugal).

“Os instrumentos financeiros pretendem impulsionar a economia e valorizar o Algarve através de um ‘puzzle’ integrado constituído por quatro peças: instrumentos de gestão da dívida, apoios ao investimento, capital e quase capital e apoios à tesouraria. Investir nas empresas é sinónimo de criar, expandir e qualificar”, vincou. 

No âmbito da linhas de financiamento do Programa Algarve 2030, Miguel Mendes focou no apoio “à qualificação da oferta” com a finalidade da criação “de novos empreendimentos, estabelecimentos ou atividades com CAE do Turismo”, principalmente nos territórios de baixa densidade, “requalificação e reposicionamento, incluindo a ampliação de empreendimentos, estabelecimentos ou atividades existentes”, com um orçamento de 300 milhões de euros, destinado a micro, pequenas e médias empresas (PME’s).

“Estes projetos devem assegurar a dimensão da sustentabilidade ambiental e acessibilidades”, esclareceu.

Miguel Mendes

Impulsionar territórios de baixa densidade

Foi ainda dada a conhecer uma linha de apoio à Inovação Produtiva com a finalidade de ajudar projetos de investimento que se traduzam “na criação, ampliação, requalificação, diversificação de atividades assentes em propostas de valor diferenciadas”, com uma dotação global de 10 milhões de euros (cinco milhões para os territórios de baixa densidade no Algarve e cinco milhões para outros territórios) através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), também destinado às PME’s.

No Algarve, Alcoutim, Castro Marim, Vila do Bispo e Aljezur são considerados territórios de baixa densidade, juntamente com mais três freguesias do concelho de Silves, recordou Miguel Mendes.

Na Inovação Produtiva, entre as despesas elegíveis estão as máquinas e equipamentos; equipamentos informáticos e despesas de construção; licenças e software; e outras despesas como serviços de engenharia para implementação de projetos, estudos, projetos, diagnósticos, auditorias e planos de marketing.

As candidaturas para acesso à linha de apoio à Inovação Produtiva do Sistema de Incentivos do Programa Algarve 2030 decorrem por fases, até 15 de dezembro, apresentadas online e no Balcão dos Fundos (balcaofundosue.pt).

Miguel Mendes terminou a sua intervenção frisando “a necessidade de reforçar a proximidade do Turismo de Portugal às empresas, com conhecimento e apoio financeiros”.

Casos de sucesso

Durante a sessão foram também apresentados e explorados três casos de sucesso pelas suas estratégias de negócio, entre os quais o parque aquático Aquashow (Loulé, Quarteira), “pela promoção da sustentabilidade”, as Salinas do Grelha (Olhão) e o hotel Colégio – Charm House (Tavira) pela “inovação e diferenciação dos modelos de negócio”.

José Gonçalves, um dos proprietários do Colégio – Charm House, um projeto hoteleiro do segmento médio alto, alertou, quando lhe foi dada a palavra, para a importância “de resolver o problema da falta de habitação”, exemplificando que no seu caso, este verão, teve de “alugar casas para os funcionários”.

“Investir para qualificar mais o turismo”

Após breves minutos de debate entre empresários, entidade regional de turismo e Turismo de Portugal, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve e da Comissão Diretiva do Programa Regional Algarve 2030, José Apolinário, encerrou a sessão saudando a iniciativa e os empresários presentes na sessão.

“O objetivo da utilização dos fundos europeus é contribuir para a competitividade das vossas empresas”, disse primeiramente. 

“Achamos que somos a primeira região de turismo do país e temos razões para o afirmar. Agora, sermos muito bons no turismo não significa que não temos que prosseguir com investimentos para qualificar ainda mais o turismo, seja no quadro na inovação organizacional, seja no conhecimento”, observou.

José Apolinário

“Vamos passar a dispor para a área das Empresas e da Ciência, no PT 2030, que nós chamamos Algarve 2030, em vez de 150 milhões de euros, de 260 milhões de euros para reforçar aquilo que é a verba dirigida às empresas para infraestruturas técnico-científicas”, avançou ainda o presidente da CCDR.

O Dia Mundial do Turismo 2023 celebra-se a 27 de setembro. Este ano, a Organização Mundial de Turismo (OMT) escolheu como tema das celebrações “Turismo & Investimentos Verdes”, uma das principais prioridades para a recuperação do turismo, crescimento e desenvolvimento futuros.

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