Vai Andando Que Estou Chegando

A semana foi fértil em acontecimentos. Desde o Flop que constituiu o Congresso das direitas aos acontecimentos em torno da final europeia de futebol entre ingleses. Foi fértil igualmente para deixar claro que o Centro Direita de Rui Rio reage politicamente a acontecimentos porque lhe faltam causas que o credibilizem como alternativa à governação do PS. Foi fértil na ausência de debate político sério sobre a situação do País, para dar lugar à pior das demagogias e da irresponsabilidade.

Tivemos de tudo tendo como pano de fundo os acontecimentos sucedidos com a final da Campeonato Europeu de futebol comentários críticos desde o protagonizado histriónico Marques Mendes, fonte de toda a intriga política, a Rui Rio na onda da crítica a acontecimentos e à “justiceira” Ana Gomes, cujo pensamento continua a ter a marca da sua origem, ou seja o MRPP. Para finalizar a abundância tivemos a presença do Presidente do Futebol Clube do Porto, figura sinistra, associada ao que de pior existe no submundo do futebol. Todos eles, com críticas ao governo e à Direcção Geral de Saúde, estrutura que enfrentou, com êxito, a maior calamidade de saúde pública ocorrida nos últimos 100 anos. Todos eles a exigirem a demissão de Ministros e mesmo a de António Costa, num coro a que se associaram alguns destacados comentaristas de canais televisivos, felizmente, por muito que se esforcem, sem nenhuma credibilidade, junto da opinião pública. É verdade que nem tudo correu bem, mas em nada justifica tal algazarra só possível pelo contributo de uma imprensa a atravessar os piores momentos da sua história, porque rendida ao mando do neo-liberalismo e ao populismo acéfalo.

Cabe então perguntar que posição assumiriam se o Governo e a Federação de Futebol tivessem recusado acolher a final da mais importante competição europeia de futebol?. O que então se diria do País ter perdido uma oportunidade histórica de relançamento do turismo da economia e do prestígio que tem além-fronteiras detém o nosso futebol. São os mesmos que estiveram de acordo com o desconfinamento no Natal para de seguida criticarem o aumento de infeccionados, os mesmos que a seguir terão a mesma actitude se o número de infectados disparar.

Felizmente o País vive com questões mais relevantes que a todos preocupam. Trabalhadores a recuperar empregos perdidos, porque os subsídios não vão durar para sempre, empresários, sobretudo a pequena e média empresa, em risco de não poder acudir ao pagamento de empréstimos. São tempos de recomposição de vidas. São tais tempos que marcam as preocupações da maioria dos portugueses.

Nesse sentido as questões que envolvem as negociações do próximo Orçamento de Estado e tendo como reais a preocupação do governo das negociações serem privilegiadamente feitas à esquerda, reside no seu comportamento consolidar ou não um OE com respostas sérias ao País e aos seus trabalhadores.

Catarina Martins em entrevista recente ao Expresso após a Convenção do Bloco, de onde saíram mais divididos, abre uma janela, para tais negociações, embora acompanhada de indicações ministeriais, agora para o trabalho acompanhadas de propostas que se me afiguram prematuras se a sério se pretende negociar. Creio mesmo a justificar a expressão popular “de um braço mais longo que a perna“ ou ainda, na perspectiva de um “baptizo”, não se poder em constância, dizer mal do “Padrinho”. O temor da perda eleitoral só se trava na apresentação de linhas gerais a discutir: emprego, SNS, Educação, desenvolvimento, desburocratização do aparelho de Estado.

O PCP vai mais longe classificando o governo ao serviço dos grandes monopólios e de governar contra o País, numa linguagem que o povo não entende. Costa tem tido alguma complacência com Jerónimo porque necessita da influência que este Partido ainda detém junto das Centrais Sindicais com quem este governo tem de negociar a reforma laboral tendo em conta as profundas mudanças que a economia sofreu nos últimos vinte anos.

Assim estamos até mais ver!

Estou de volta ao campo. Fui acolhido pela Reina com bastante afecto e dei-me conta que já obedece às minhas ordens. Abundam pássaros num tapete de flores amarelas, a marcar o ciclo da natureza. Há rebentos para cortar em defesa do tronco maior. Não sei se terei tempo e vontade para o fazer.

Carlos Figueira
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